Eleições 2018: Compare o perfil e as propostas dos candidatos ao governo do estado
Gelson Merísio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) disputam a preferência do eleitorado catarinense
Gelson Merísio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) disputam a preferência do eleitorado catarinense
Os dois candidatos na disputa do segundo turno da eleição ao governo do estado, Gelson Merisio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) têm perfis antagônicos: o primeiro sempre teve vida política: foi vereador e deputado estadual já com alguns mandatos. O segundo, por sua vez, concorre pela primeira vez a um cargo eletivo.
Merisio é ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alesc), e chegou em primeiro lugar no primeiro turno, com 31,12% dos votos. Moisés, que surpreendeu ao tirar da disputa o MDB de Mauro Mariani, favorito nas pesquisas, é coronel aposentado pelo Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.
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Ele embarcou na onda de apoio a Jair Bolsonaro, candidato a presidência do seu partido, e conseguiu 29,72% dos votos. Merísio, durante a campanha, também declarou voto em Bolsonaro, portanto, em tese, há dois bolsonaristas no segundo turno eleitoral.
Nesta reportagem, conheça o perfil dos candidatos e suas propostas para o estado. Foram selecionadas as três principais em cada uma das áreas, contidas nos planos de governo dos postulantes ao cargo de governador.
Nome: Gelson Luiz Merisio
Idade: 52 anos
Naturalidade: Xaxim (SC)
Ocupação: deputado estadual
Escolaridade: Ensino Superior Completo
Candidato a vice-governador: João Paulo Kleinubing (DEM)
Coligação: PSD/PRB/PDT/PSB/PODE/SOLIDARIEDADE/PROS /PSC/PCdoB/PHS/PP/DEM/PRP/PPL/PV
Histórico pessoal e profissional: Merisio construiu carreira política a partir do Oeste catarinense, onde nasceu. Foi presidente da Câmara de Xanxerê. Posteriormente, ocupou cargos em associações comerciais, no Sebrae de Santa Catarina e na Casan. Começou na Assembleia Legislativa em 2005, quando assumiu como suplente. Em 2006 conseguiu o primeiro mandato na Assembleia, e foi reeleito em 2010 e 2014. Merisio também presidiu a Assembleia entre 2010 e 2016. Atualmente é presidente da Escola do Legislativo.
O candidato Gelson Merisio conversou por telefone com a reportagem de O Município. No tom, adotou o mesmo discurso de sua campanha política: o foco na falta de experiência do adversário.
Desgaste dos políticos
Questionado se o primeiro turno das eleições, com seus resultados, mostrou que a população está cansada de políticos de carreira, o candidato discordou.
“Essa colocação é equivocada. O candidato a presidente que fez mais votos, Jair Bolsonaro, é um deputado federal com sete mandatos, é é exatamente esta experiência legislativa, de conhecer a máquina pública que eu também tenho aqui”, diz.
“E assim como Bolsonaro, me considero preparado para fazer uma alteração profunda do que já existe em termos de administração pública para promover as obras e as ações que o estado precisa.”
Dívidas da saúde
Sobre a dívida milionária que o governo do estado tem com a saúde, que frequentemente faz as prefeituras elevarem seus gastos na área, o candidato diz que é preciso promover eficiência na gestão para economizar, e novamente cutuca o opositor.
“Com experiência, com preparo, promover eficiência na gestão pública, e com essa eficiência permitir que nós tenhamos recursos para investir na saúde, na educação, na segurança pública. Não será com improviso, com a experiência de quem aprenda a pilotar o avião durante o voo que nós vamos dar uma resposta sobre a saúde de Brusque e de Santa Catarina. O preparo e a qualificação são fundamentais para o próximo governador.”
Fim das ADRs
Merisio tem defendido, em debates e no plano de governo, acabar com as secretarias regionais. Sua proposta, afirma é descentralizar o estado com outra estrutura. “Vão ser substituídas pelas associações de municípios que já existem, sem custo para o cidadão, e vamos dar uma resposta melhor do que a que foi dada pelas regionais”, diz.
Obras regionais
Questionado se, caso eleito, dará andamento a duas grandes obras da região – a barragem de Botuverá e a duplicação da rodovia Ivo Silveira, que liga Brusque a Blumenau, o candidato destacou que o estado precisa captar financiamento de longo prazo para avançar em infraestrutura.
“O governador é eleito para fazer as obras que o estado precisa. Brusque, Itajaí e Blumenau formam um triângulo das bermudas em termos de afogamento, de estrangulamento das rodovias estaduais, nós precisamos com projetos bem feitos e financiamento de longo prazo realizar obras que tenham sustentação econômica”, afirma.
“E essas obras todas, inclusive a barragem de contenção de cheias, geram aumento de competitividade, geram uma nova receita que vai permitir pagá-las. Portanto elas fazem parte do nosso plano de governo e vamos buscar as condições para realizá-las.”
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Segurança pública
O candidato foi questionado a respeito do aparelhamento dos órgãos de segurança, tendo em vista que é unânime o discurso de que faltam recursos até para os insumos básicos. Ele apontou a redução de cargos comissionados e corte de gastos como forma de melhorar essa situação.
“Temos que cortar 1,2 mil cargos comissionados, fazer uma gestão enxuta, que permita, com o crescimento da receita que teremos, melhorar esta relação de serviços do estado com o cidadão”, afirmou.
Nome: Carlos Moisés da Silva
Idade: 51 anos
Naturalidade: Florianópolis (SC)
Ocupação: bombeiro militar aposentado
Escolaridade: Ensino Superior Completo
Candidata a vice-governadora: Daniela Reinehr (PSL)
Coligação: PSL
Histórico pessoal e profissional: Moisés é formado em Direito e atuou por cerca de 30 anos no Corpo de Bombeiros. Trabalhou em Florianópolis, Criciúma e Tubarão. Na maior parte deste tempo foi comandante de batalhões. Foi também professor de Direito e hoje é advogado. É a primeira vez que concorre a um cargo eletivo. Desde 2016 está aposentado do Corpo de Bombeiros como coronel. O candidato já exerceu outras funções públicas: já foi coordenador regional da Defesa Civil, e na Secretaria de Justiça e Cidadania, no setor de prevenção contra incêndio e pânico das unidades prisionais do estado.
Entrevista: o candidato declinou o pedido de entrevista, sob a alegação de falta de espaço na agenda devido aos compromissos de campanha.