Os temas tecnologia e internacionalização caminham lado a lado nas empresas. Enquanto a inovação reflete na qualidade e competitividade dos produtos, a internacionalização incentiva e acelera processos tecnológicos nos negócios.

As empresas de Brusque, de forma geral, estão equipadas com alta tecnologia, processos modernos, e produtos de alta qualidade e em conformidade com as legislações ambientais mais atualizadas para entrar no mercado internacional.

“Vejo um movimento geral de investimento em máquinas novas, atualização de processos. Reflete no preço, na qualidade do produto e também nas questões ambientais, que é muito importante para exportar. Trazemos máquinas para empresas daqui que já têm um impacto imediato no consumo de água, insumos e energia, por exemplo. Ainda reduz tempo de produção e resulta em um produto diferenciado. Quando há tecnologia, o produto se posiciona com preço e qualidade boas, e também de forma mais limpa”, conta Francine Krieger, coordenadora do Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e proprietária da Nelson Importação e Exportação.

Maitê Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, destaca que, quando uma empresa passa a tratar no mercado estrangeiro para comprar ou vender, obrigatoriamente estará lidando com concorrentes “desconhecidos” e que, assim, passa a competir em mais alto nível.

“É uma experiência extremamente relevante para conhecer as variáveis. Internacionalizar significa uma possibilidade de vencer essa disputa de mercado com dois tipos de concorrentes diferentes, com produtos que têm preços, qualidade e tecnologia envolvida diferente. A empresa tem um ganho qualitativo que não dá para mensurar apenas pelo valor que ela vai receber”.

Capacidade de inovação

Uma empresa que entra no processo de internacionalização também amplifica sua capacidade de inovação. Pró-reitor de Graduação da Unifebe, Sidnei Gripa destaca que o amadurecimento em diversas áreas é convergente para que também nesta área o negócio evolua.

“Quando uma empresa se internacionaliza, ela busca pesquisa de desenvolvimento, novas estratégias de marketing, de manufatura, e isso converge, aumentando a capacidade de inovação. Uma vez que tenho um produto inovador, ele, com certeza, vai ter uma aceitação nos mercados internacionais”.

Preocupação ambiental e social é uma preocupação da Zen para se manter competitiva em mercados pelo mundo | Foto: Zen/Divulgação

Empresa fundada na década de 1960 por dois brusquenses, a Zen SA é referência nacional no assunto internacionalização. Empresa de autopeças, que é líder mundial independente em impulsores de partida, trabalha com exportação desde a década de 1970.

Atualmente, a empresa exporta para mais de 60 países diretamente e está presente em cerca de 100, o que representa 50% do faturamento. Além disso, a Zen ainda tem escritórios e/ou centros de distribuição em Estados Unidos, Alemanha, México e China.

David Catasiner, diretor de Vendas e Marketing da Zen, destaca que, para se manter competitivo no exterior, a inovação e o investimento em tecnologia são obrigatórios.

“O mercado está cada vez mais competitivo. Nenhuma empresa no mundo consegue se manter competitiva sem investir em tecnologia. É necessário ter um portfólio de produtos, entrega rápida é uma vantagem, qualidade impecável, atendimento comercial dedicado, tudo isso eu chamo proposta de valor. A Zen tem trabalhado para brigar não somente em preço, mas também em serviços para concorrer. A China é muito competitiva neste setor, mas eles não têm esses serviços. É aí que tentamos nos destacar. A empresa também é referência em processo de melhorias contínuas em manufatura”, ressalta.

Preocupação ambiental

A União Europeia colocará em prática, a partir de 2026, o mecanismo de ajuste de fronteira de carbono (CBAM), um método de taxação de carbono aduaneiro para produtos exportados. Com isso, empresas de fora que negociarem com países do bloco terão que reportar o total de emissões de carbono da produção e ciclo de produtos.

Para David, esta é uma tendência a ser seguida por outros mercados e uma preocupação que a Zen já tem como política.

“Temos muitos clientes, principalmente europeus, que solicitam informações sobre emissão de carbono e materiais que utilizamos. Também temos que assinar garantias que não usamos materiais tóxicos e que temos boas práticas sociais em relação a condições de trabalho”, ressalta.


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