Eu não quero escrever sobre seus olhos ou sobre o jeito que o seu cabelo balança quando entra em contato com o vento.
Eu quero escrever sobre aquela bebida que você me deu e sobre a embriaguez daquele dia. Quero escrever sobre o fato de eu confundir lua minguante com cheia e sobre nossas discordâncias existenciais. Quero escrever sobre aquelas tardes de domingo na praça e sobre os tantos sorrisos que sorri com você.
Quero escrever sobre momentos que se criam a partir de nada e se transformam no único tudo ao qual permito que eu me apegue. Não quero escrever sobre o som da sua voz, mas ela inegavelmente tem o poder de me atrair. Quero escrever sobre aquela letra que fizemos e sobre as noites que passamos conversando na rua. Quero escrever sobre as dúvidas que atormentam o meu sono, sobre o riso que rompe o meu silêncio.
Moço, eu quero escrever sobre verdades que ainda desconheço, sobre os pensamentos que me levam à essas lembranças, todavia, eu não quero escrever sobre você ou sobre mim. Permita que eu escreva sobre os sentimentos que foram moldados nesses tantos momentos, permita que eu escreva sobre cada olhar e cada sentimento novo.
Moço, permita que eu escreva sobre essa paz repentina, sobre seus gestos e sobre sua calma, sobre como cada pedacinho seu, cada palavra ou som emitido tem o poder de mudar meu dia totalmente num pequeno instante.
Eu não quero escrever sobre você ou sobre mim. Quero escrever sobre nós e esses tantos momentos, tantas loucuras e tantas conversas em noite de lua.
Permita que eu escreva sobre essa vontade constante de te ver a cada segundo, sobre essa vontade louca de sentir de novo o calor do teu abraço.
Alice Ádna Ferreira – universitária – Comércio Exterior na Univale