Falta de efetivo causa sobrecarga aos bombeiros de Brusque
Apesar de ter o menor efetivo dos últimos seis anos, profissionais conseguem atender todas as ocorrências
Apesar de ter o menor efetivo dos últimos seis anos, profissionais conseguem atender todas as ocorrências
Brusque tem a menor quantidade de bombeiros militares dos últimos seis anos, contando com 30 profissionais em 2018. O número é menor até mesmo do que em 1982, quando o município possuía apenas 41,2 mil habitantes e 32 bombeiros. Para o comandante da 3ª Companhia, capitão Jacson de Souza, a situação dificulta as escalas e pressiona o grupo, apesar de nenhuma ocorrência deixar de ser atendida.
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Para Souza, o ideal seria ter um aumento de 50% no efetivo, ou seja, 15 bombeiros a mais na parte operacional. Atualmente, há três trabalhando na parte administrativa, e os 30 que saem às ruas atendem, em média, 15 ocorrências por dia desde 2015. Há ocasiões em que alguns bombeiros precisam ser acionados em períodos de folga.
“A demanda é grande, o pessoal não para. Às vezes, o tempo de um trabalho de reposição e limpeza de materiais entre uma ocorrência e outra fica bastante apertado e de qualquer forma, não temos problemas com relação a equipamentos”, comenta.
O constante crescimento populacional e da quantidade de veículos em Brusque depõe em favor do aumento do efetivo. Souza conclui que, com o trânsito cada vez mais intenso, há mais acidentes de diferentes gravidades que exigem o atendimento dos bombeiros.
Para 2019, não há previsões sobre uma mudança deste quadro, e o fato de 2018 ser ano de eleição é determinante. “Desde 2014 não tivemos concursos para o Corpo de Bombeiros. Depende do ingresso de novos bombeiros militares. Atualmente há 300 em formação, 300 aptos que aguardam chamado do governo do estado”, explica o comandante. Com um eventual aumento de efetivo, uma das prioridades é a reabertura do quartel do bairro Águas Claras.
Complemento ao trabalho
Além do efetivo profissional, há 50 bombeiros comunitários que auxiliam nos atendimentos. Eles são oficialmente treinados e, quando há disponibilidade, atendem diversas ocorrências. “Não há uma constância, porque depende dos horários deles. Mas em casos de necessidade, os chamamos, eles atendem no local e retornam para casa imediatamente, não vêm para o quartel. Em finais de semana, que são horários livres deles, são uma ajuda muito importante”, avalia o capitão.
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Quando assumiu a companhia, em 11 de junho de 2018, o capitão e já aguardava pelo aumento de efetivo estadual. Como o processo é mais burocrático, a saída que se busca a curto prazo é através dos programas sociais, nos cursos de bombeiros comunitários.
Trabalho mais confortável
O diretor-executivo do Observatório Social de Brusque (OSBr), Evandro Gevaerd, foi comandante do Corpo de Bombeiros em Brusque entre 1994 e 1998. Apesar de ter tido menos viaturas do que atualmente e apenas um quartel à disposição, ele relata que o trabalho era mais tranquilo. O efetivo tinha, em média, 40 bombeiros.
“Era mais confortável. As guarnições eram compostas por mais gente. As ambulâncias tinham três pessoas, os caminhões quatro, já reforçados para atenderem alguma ocorrência mais grave. As próprias vistorias eram feitas com mais folga, a parte preventiva era maior. Hoje, mesmo com mais quarteis e viaturas, fica difícil pôr o trabalho em prática pela falta de efetivo”.