A partir desta semana e durante todo o mês de setembro, você é nosso convidado para acompanhar a série: Fragmentos da História da Colonização Alemã em Santa Catarina”. A publicação antecede as tradicionais festas de outubro, e visa retratar um pouco da história dos imigrantes e das principais colônias alemãs fundadas no Estado de Santa Catarina.

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O Brasil foi descoberto em 1500 e quando Portugal se deu conta das inúmeras riquezas brasileiras, deu início ao seu capitalismo comercial e dividiu o país em capitanias hereditárias. Em 1534, Pero Lopes de Souza recebeu a Capitania de Santo Amaro e Terras de Sant’Ana, sendo que a parte que ia da barra do Paranaguá até as imediações de Laguna correspondia ao litoral catarinense. A partir de então, teve início o povoamento do Brasil Meridional e, particularmente, o litoral de Santa Catarina (Fonte: Walter Fernando Piazza, 1994).

Mas a imigração alemã em Santa Catarina só começou em 1824, estendendo-se até depois da primeira grande Guerra Mundial.

 

Quando os primeiros contingentes alemães chegaram

 

No princípio, a imigração foi fruto de uma decisão política com foco no recrutamento de soldados e marinheiros mercenários para formar o exército e a marinha brasileiros. Somente mais tarde a política imigratória passou a estimular a vinda de agricultores e artesãos e o governo passou a direcionar os imigrantes para o Sul. A partir de 1820, procedentes de uma das sociedades mais evoluídas do globo, os primeiros contingentes alemães chegaram. Primeiro, no Rio Grande do Sul (1824) e pouco depois em Santa Catarina (1828).

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O modelo colonial para a imigração em Santa Catarina

 

O modelo adotado foi a fundação de colônias em regiões não ocupadas por grandes proprietários, onde agricultores livres foram instalados em pequenas propriedades. Sob o ponto de vista social, os imigrantes alemães aportaram num deserto, pois a gente que aqui existia, habitava as praias. Antônio Carlos Konder Reis (em discurso proferido na Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1949) informa que até 1854 chegaram a ser estabelecidas doze colônias alemãs em Santa Catarina, mas que, destas, apenas as colônias de Blumenau e Joinville lograram êxito. Outras foram fundadas depois.

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Colônias alemãs fundadas em Santa Catarina entre os anos de 1828 e 1913:

 

1828: Colônia de São Pedro de Alcântara, da qual, mais tarde, foram desmembradas as colônias Santa Filomena e Várzea Grande.

1847: Colônia Santa Izabel e Colônia Armação da Piedade.

1850: Colônia São Paulo de Blumenau (atual Blumenau).

1851: Colônia Dona Francisca (atual Joinville).

1860: Colônia Itajahy (atual Brusque).

1877: Colônia Luiz Alves.

1897: Colônia de Hamônia (atual Ibirama)

1907 à 1913: Anitápolis (vale do Braço do Norte), Esteves Júnior (na época pertencia a Nova Trento e hoje se chama Boiteuxburgo, bairro de Major Gercino) e o Núcleo Colonial Barão do Rio Branco (na época município de Joinville e atualmente Guaramirim). Estas colônias foram criadas pela União (Ministério da Agricultura).

Núcleo colonial Barão do Rio Branco editado

Ao longo da história, a contribuição efetiva da colonização alemã para o progresso do Estado tem sido significativa, e apesar não terem sido criadas novas colônias alemãs em Santa Catarina, o ingresso de imigrantes alemães continuou mesmo depois do envolvimento do Brasil na Primeira Grande Guerra contra a Alemanha.

 

Fragmentos da História da Colonização Alemã em Santa Catarina: Parte II

 

Na próxima semana, vamos conhecer um pouco mais sobre a colônia alemã do Estado de Santa Catarina que recebeu os primeiros imigrantes no final de 1828; a Colônia de São Pedro de Alcântara.

Desterro Santa Catarina Século XVIII