História da emancipação de Brusque – Parte I
História da emancipação de Brusque – Parte I
- Por Rosemari Glatz
- 09/11/2018
- 4:50
Quando a colonização oficial do território da Colônia Itajahy-Brusque teve início, em 1860, Brusque consistia numa parcela de “território” organizado, sob o comando de uma diretoria, para onde se encaminhavam colonizadores alemães, incumbidos de explorá-lo. A princípio, dera-se a essa zona a denominação “colônia” conceito que nem compreende qualidades administrativas, segundo a Lei brasileira. Era considerada colônia uma zona que estava sendo povoada por lavradores.
No ano de 1881 a Colônia alcançara um grau de desenvolvimento que levou o governo a dar-lhe o caráter de município. Essa elevação, porém, não se processou tão inesperadamente; tivera seus preliminares. Pela Lei Provincial n° 693, em 31/07/1873, o então presidente da Província, Pedro Afonso Ferreira, desmembrava as colônias anexadas da freguesia do Santíssimo Sacramento (Itajaí), formando-se a Freguesia (paróquia), que normalmente é o primeiro passo para a emancipação política e administrativa, e foi escolhido como orago São Luiz Gonzaga.
A emancipação político-administrativa
A data de 23/03/1881 marca a criação do município de Brusque quando, por força da Lei Provincial nº 920/1881, a Freguesia foi elevada à categoria de Vila e município, igualmente denominado de São Luiz Gonzaga. Foi a emancipação político-administrativa de Brusque. Paulo Vendelino Kons (2018) informa que a Vila abrangia os territórios dos atuais municípios de Brusque, Guabiruba, Botuverá, Vidal Ramos, Presidente Nereu, Nova Trento e inclusive uma porção de São João Batista (localidade de Crecker), pois a lei de criação da Vila fixava os limites como sendo os mesmos da Freguesia de São Luis Gonzaga. Itajaí, Blumenau, Lages e Tijucas eram os municípios limítrofes. E, ao contrário de um grande número de municípios, a data magna comemorada em Brusque não é a data de sua emancipação político-administrativa, mas sim o dia 4 de agosto de 1860, data em que chegaram os imigrantes alemães.
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O primeiro administrador do Município
De acordo com a Lei provincial nº 920, tão logo os moradores tivessem preparado a edificação em que a Câmara Municipal passaria a atuar, seriam instalados o novo município e a Villa de São Luiz Gonzaga. Enquanto não se aprovasse o próprio Código de Posturas e este não fosse referendado pela Assembleia Provincial, a administração da Câmara Municipal obedeceria às normas constantes das posturas do município de Itajaí. Segundo Cyro Gevaerd e Evilásio Guilherme Gevaerd (1960), o primeiro administrador do Município de São Luiz Gonzaga foi Jacinto Adolfo A. Pantoja, o nono e último administrador efetivo da Colônia Itajahy-Brusque, e o primeiro administrador do município criado em 23 de março de 1881.
O primeiro presidente da Câmara de Brusque
No período monárquico, os municípios eram administrados pelas câmaras municipais, e os presidentes das câmaras correspondiam aos superintendentes, o equivalente ao cargo de prefeito de hoje. E para instalar e administrar o novo município, em 5/05/1883 foram eleitos os vereadores. Assim, mesmo criado em 1881, o município foi instalado apenas em 8/07/1883, com a solenidade de tomada de posse dos primeiros vereadores e instalação do município de Brusque.
A solenidade foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Itajaí, advogado Luiz Fortunato Mendes. Após o juramento, foi eleito o comerciante Germano Willerding como o primeiro presidente da Câmara. Os administradores do Município durante o período monárquico foram Germano Willerding, Pedro Jacob Heil, Guilherme Krieger, Germano Augusto Thieme e Guilherme Krieger.
Continua na próxima semana.
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