Não é só reclamação

Em todas as cidades, os governos municipais contam com a colaboração de pessoas da sociedade civil, de diversas áreas, compondo os Conselhos Municipais. É a forma de o poder público dividir as discussões, ouvir profissionais e suas demandas e, assim, trabalhar de forma mais democrática.

Criado em 2008, o Conselho de Cultura de Brusque vem atuando em parceria com a Fundação Cultural e conseguiu realizar diversos avanços para o setor, como a criação de eventos, a formatação do Plano Municipal de Cultura – proposto pelo Ministério da Cultura e, principalmente, fez acontecer a principal ferramenta de produção cultural: um edital anual. Ele oportuniza a inscrição de qualquer cidadão, aceita as mais variadas linguagens artísticas e promove montagens de espetáculos, lançamentos de livros e CDs, realização de oficinas, entre tantos formatos de projetos culturais.

É o mecanismo mais justo e democrático pois a escolha dos projetos dá-se por pontuação de acordo com critérios pré-estabelecidos e a avaliação é feita por profissionais gabaritados, não ligados ao governo. O edital de 2018 está pronto para ser lançado, no entanto, é necessário formar uma nova gestão do Conselho de Cultura, para que isso ocorra.

Nesta quarta, dia 25, às 18h, haverá Assembleia de eleição para os novos conselheiros que assumirão a gestão até 2020. Pessoas interessadas em participar, devem se inscrever na Fundação Cultural (entregar a ficha de inscrição preenchida até às 17:30h ou participar da Assembleia e preencher no momento).

Os conselheiros se reúnem uma vez ao mês e debatem os rumos das políticas públicas para a cultura em Brusque. No total, são 16 conselheiros titulares, sendo que 8 são nomes indicados pelo governo. Assim, a outra metade é composta por representantes da sociedade civil das áreas de Música, Artes Cênicas, Literatura, Artes Visuais, Museus e Arquivos Históricos, Artes Populares e por duas entidades não-governamentais com eletiva atuação na área cultural.

 

Chororô

Artistas, produtores e público em geral devem ter interesse num Conselho atuante, defendendo valores e projetos. É a forma mais direta de fazer-se ouvir e, ainda, com o suporte legal que a formação dos Conselhos prevê.

No geral, artistas gostam de reclamar. Sabem apontar falhas. Têm ideias ótimas. E fazem isso só na mesa do bar.


Lieza Neves
– atriz, escritora, produtora cultural