Em um dos artigos da coluna impressa, no ano passado, eu escrevi sobre o problema de trocar de fornecedor interno para trabalhar somente com importados devido às instabilidades do câmbio. Foram anos de festa dos importados, inclusive para Brusque, que reflete o cenário nacional.
Para se ter uma ideia nossa cidade era superavitária até 2008, com exportações superando as importações. De lá para cá, o que vemos é uma festa, uma inundação de produtos chineses, indonésios e das partes mais distantes do globo sendo negociados em todo o território nacional. A balança comercial de Brusque é negativa desde 2009. Cuidar do câmbio é um dever do Governo.
Ontem o Banco Central baixou os juros em 0,75% e agora a Meta SELIC, taxa que é a formadora das demais taxas do mercado, se encontra em 9% ao ano. Somando isso à pressão de queda dos juros pelos bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica quem sai ganhando é o mercado local, indústrias, comércio, serviços, consumidores etc. O Banco Central também nessa semana atuou forte no combate à supervalorização do Real frente ao Dólar. Utilizou o seu poder de compra e conseguiu colocar a cotação em R$1,90.
Taxas de juros menos atraentes aqui no Brasil, combate à supervalorização da moeda e medidas restritivas de operações cambiais farão com que aqueles que importam passem por mais dificuldade agora. Ou seja, os produtos importados ficarão mais caros. Os empresários brusquenses que vem adquirindo seus produtos no exterior devem se preparar e voltar as suas atenções para produtos fabricados no mercado nacional, pois o Governo promete continuar a sua luta para privilegiar a indústria local.