Além da negociação envolvendo produtos, a internacionalização também é um processo viável para empresas de serviços. Em Brusque, empresas de tecnologia, um mercado em ascensão, são alguns exemplos de exportação de mão de obra.
“A internacionalização em si é muito ampla. Mas empresas de serviços funcionam como empresas de produtos, você está vendendo uma tecnologia, ou serviço, que você pode distribuir dentro do mercado interno, mas também para o externo. O processo funciona da mesma maneira, abrindo uma empresa lá ou fornecendo daqui, aí funcionaria quase como uma exportação do serviço”, explica o pró-reitor de Graduação da Unifebe, Sidnei Gripa.
Fundada por cinco sócios brusquenses há nove anos, a Híbrido desenvolve e acelera lojas virtuais, auxiliando varejistas multicanais e fabricantes a expandir suas operações de varejo on-line. A empresa cresceu ao longo do tempo e foi se especializando cada vez mais em médias/grandes empresas, com projetos olhando para a atuação internacional, e formou parcerias com várias gigantes da tecnologia, como a Google, Meta, Adobe e a Vtex.
Outra estratégia da Híbrido foi multicategorizar seus clientes, para além do têxtil, que é especialmente tradicional em Brusque, e, ao longo da jornada, também atender projetos internacionais. Com isso, começou a se preparar para um processo de internacionalização bastante planejado.
“Há algum tempo definimos a estratégia que a Híbrido vai para o mundo, ultrapassar as barreiras do Brasil. Começamos a entender como que a gente se prepararia. O idioma é uma grande barreira, é desafiador. Poucos brasileiros falam espanhol e inglês. Para aproveitar essas oportunidades, começamos a capacitar as lideranças para ter o espanhol fluente”, conta Rhuan Willrich, CEO da Hibrido.
O próximo passo
No seu caminho de crescimento, a Hibrido foi adquirida pela Smollan, um grupo sul-africano, com presença em mais de 80 países. O ramo é de trade marketing e o grupo atende as principais indústrias do mundo, como Nestlé, Unilever, Adidas e Nike. A intenção é cada vez mais trazer a visão do digital para o negócio. Atualmente, possui mais de 80 mil colaboradores e 90 anos de história. De acordo com Rhuan, o objetivo da Smollan é entrar mais no digital por meio de aquisições.
Justin Dennis, eCommerce Executive da Smollan, destaca que, dentro da estratégia do grupo, a Hibrido possui a estrutura organizacional de uma empresa com muitos anos a mais de existência. Ele destaca que a gestão estruturou cuidadosamente o negócio, de forma que está facilmente escalável, mantendo ao mesmo tempo a sua essência.
“Sua gestão e liderança são altamente motivadas, e ainda mantêm a paixão dos fundadores originais. Eles possuem as habilidades, produtos e capacidade, mas nem sempre tiveram acesso ao mercado global. Um dos principais diferenciais é o foco da Hibrido em suas pessoas e cultura. Isso está alinhado à maneira como a Smollan gosta de fazer negócios”.
A Smollan entra buscando replicar os serviços no mundo digital, auxiliando as marcas a vencer no ponto de venda.
“A Hibrido é capaz de fazer isso. Isso permite que a Smollan, junto com a Hibrido, ofereça aos nossos clientes uma solução abrangente tanto física quanto de comércio eletrônico. A Smollan já possui uma forte e respeitável presença local, e essa parceria com a Hibrido permite uma extensão adicional de nossa solução de varejo holística. O Brasil e a América Latina são essenciais para a estratégia global da Smollan. É um mercado emergente de alto crescimento, com um grande desejo e movimento em direção ao comércio eletrônico. O comércio eletrônico é agora uma necessidade nesta região, e vimos na Hibrido e em seus sócios os parceiros certos”.
Para Rhuan, esse é um caminho que várias empresas podem seguir se estiverem preparadas. “As empresas não devem se limitar. Talvez, pelo Brasil ser tão grande, as empresas não nasçam com a cabeça de serem internacionais. Quanto mais trouxermos boas práticas e bons exemplos, quebrando essas barreiras, mais o país vai desenvolver o seu potencial”.
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