De maneira literal, sou mulher, 22 anos, professora, natural de Brusque. Somente.

Sem pormenores. Sem floreios (Descarta-se aqui a beleza das cores e a suavidade dos seus aromas.). Um ser irretocável.

Esquecendo-me – nessa maneira literal – de que é na conotação que reside a poesia.

Se vivo no óbvio, não descubro o desconhecido. A exatidão deixa os detalhes mais bonitos do caminho passarem despercebidos.

Restringir-me é deixar o íntimo abafado. Não perceber que lá encontram-se as mais valiosas respostas e, com elas, o lado conotativo da vida:

No íntimo descobrimos o que nos causa brilho nos olhos.

Nas profundezas obscuras enxergamos o que nos faz bem.

A alma que habita nosso corpo não abre as janelas se não batermos.

Agora vivo o lado poético da vida e desfruto dos seus encantos. Esforçando-me para contagiar quem está ao meu redor. Busco soluções para o que chamamos de problemas no interior do meu ser.

Aliás, problemas – numa maneira literal – são dificuldades, adversidades ou contratempos. Por outro lado, de maneira figurativa, um problema é obra do destino. Por conseguinte, faço das palavras de Leminski as minhas, “não discuto com o destino, o que pintar eu assino”.

 

 

Juliana Costa Masera – Professora de Língua Portuguesa

 

Ilustrações feitas por alunos do 9º ano do Sesi Escola.

Rosa/Pétalas: Ana Carolina Nuss | Ana Carolina R. Uhlmann | Kimberly C. dos Santos RIbeiro

Saturno: Bernardo V. Escobar Silva | Pedro Henrique C. Ruthes

Olhos: Ana Julia Wegner | Elen Maestri Schneider