A Folha de São Paulo publicou, no final de março, uma matéria falando sobre a tendência em diminuir a contagem de calorias e aumento de dietas com controle glicêmico, o que a meu ver é excelente. A lipofobia (tema que será abordado em uma próxima matéria) foi acreditada por muitos médicos, nutricionistas e outros profissionais da saúde há anos e acabamos substituindo a gordura pelo excesso de carboidrato. E qual foi o resultado disso? Cerca de 15.000 produtos dietéticos com baixo teor de gorduras chegaram às prateleiras dos supermercados gerando bilhões de dólares, porém a população continuou engordando, aumentou na incidência de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial principalmente em crianças e jovens.

Dietas baixas em calorias e gorduras foram sugeridas para a população em geral, mas a realidade hoje é outra. Novas pesquisas têm demonstrado problemas muito maiores com a inclusão de alimentos processados e ultra processados (entrando nessa classe também bolacha integral, cookie integral, iogurte light, salgadinho fit, e outras nomenclaturas que a indústria alimentícia adora criar), tanto que esse assunto foi capa da revista Época, Veja e Time em 2012 e 2014.

 

Cherry red summer apple isolated on white, macro close up with copy space

Agora eu pergunto a você leitor: – Como pode aquela bolacha integral ou aquele pão multi grãos que tem durabilidade de 60 dias na prateleira do mercado fazer bem? E será que a absorção de açúcar é a mesma entre 1 brigadeiro de 90 cal ou 1 fruta de 90 cal? Será que a gordura do abacate ou a gema do ovo fazem tão mal a ponto de trocarmos por produtos cheios de aditivos, conservantes, acidulantes e outras porcarias, só por serem light? Essas substâncias não são só calorias vazias, mas estão relacionadas a toxicidade no fígado, aumento de ácido úrico e triglicerídeos,  resistência a insulina, podendo levar ao diabetes.

Acho válido pensarmos mais em qual função de um determinado alimento traz de benefícios ao nosso corpo do que nas calorias que ele contém. Além disso, ao evitar uma sobrecarga de açúcar na corrente sanguínea, você está prolongando sua vida. A ideia não é para você se alimentar todos os dias de bacon e manteiga, mas que você entenda que não há razões científicas pelas quais os alimentos naturais contendo gordura não possam ou não devam fazer parte de uma dieta saudável e evitar trocar isso pelo excesso de carboidrato na sua rotina.

 

avatar ariane

 

 

Ariane Serpa – Nutricionista