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Peça de teatro sobre a história de Fanny entra em fase de finalização

Espetáculo produzido pelo grupo Trama estreia com quatro apresentações em março

A peça “Fanny – A rainha da cidade” está com data de estreia marcada para março. Baseada em literatura e relatos orais, a montagem da Trama Grupo de Teatro recria a história da personagem título, Francisca dos Anjos de Lima e Silva, a Fanny. Em fase de finalização, o espetáculos conta a história da mulher conhecida por largar vida de luxo ao lado do marido em Ibirama para viver em Brusque como dona de uma casa de prostituição.

A atriz e jornalista Talita Garcia, integrante do grupo e uma das roteiristas da peça, conta que os ensaios foram retomados no dia 12 e que, até a estreia do espetáculo, que terá direção de Everton Girardi, serão finalizados aspectos como cenário, roteiro e trilha sonora.

Para auxiliar o grupo, o cenógrafo e diretor Luciano Mafra fará parte da equipe, colaborando com a direção de cena e ajudando a “fechar o texto”, como conta Talita. “O roteiro da peça está sempre em modificação. Agora vamos fazer as últimas definições e a preparação do cenário.”

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Estes detalhes, tão importantes para uma montagem, já vinham sido pensados e estudados pelo grupo desde o ano passado. “Levantamos algumas ideias, descartamos outras, e agora temos um esboço do que queremos levar adiante. A experiência dele [Luciano Mafra] será importante, pois, analisando o textos, os ensaios e o pensando o cenário, ele poderá nos propor outras ideias”, pontua a atriz.

Os figurinos que serão utilizados pelos atores estão praticamente prontos, e foram criados pela integrante do grupo Juliete Silva, que é formada em Moda e preparou tudo para a peça. A produção é de Adelina da Silva, que já trabalhou com o Trama na peça “Ao som dos teares”.

Mais pessoas foram convidadas para colaborar com a finalização da peça, como o professor de cinema Ricardo Weschenfelder, que irá propor elementos audiovisuais que possam se integrar às cenas, e o músico João Minatti, responsável pela composição da trilha sonora original do espetáculo.

“Assim como em ‘Ao som dos teares’, o Ricardo está propondo elementos como projeções de vídeos, imagens, coisas que contribuem e dialogam com a cena. Não queremos fazer volume, e sim agregar elementos ao espetáculo”, comenta Talita. Quanto às músicas, ela afirma que a trilha será composta por músicas que o público irá reconhecer, mas que o grupo gostaria de ter canções originais e inéditas, e que não dependessem tanto de gravações, podendo ser executadas pelos atores no palco.

Dificuldades enfrentadas
Para a atriz, uma das maiores dificuldades que o grupo enfrenta é ser formado por pessoas que não vivem apenas do teatro. “Com raras exceções, ninguém vive disso, e temos apenas um ensaio por semana. Diante disso, um dia de ensaio semanal precisa ser muito concentrado e focado para aproveitar o tempo. Se tivéssemos mais ensaios, mais tempo, algumas etapas estariam concluídas”, analisa.

Ela comenta também as dificuldades com o próprio texto proposto para a peça: “Às vezes, nos questionamos em relação ao nosso trabalho, se estamos colocando o que é relevante, se as cenas transmitem a intenção que queremos. Tudo passa pela interpretação do público, é diferente para cada pessoa que assiste, mas nos questionamos se está de acordo com o que a Fanny representou e ainda representa para Brusque”.

Talita pontua que o contato com os familiares de Fanny que residem em Brusque não foi tão simples. “Eles optaram por não conversar conosco sobre as memórias que guardam dela. Assim, demos prosseguimento ao trabalho sem esses depoimentos, baseados na literatura disponível sobre ela e em relatos de pessoas que mantém lembranças sobre Dona Fanny, como o radialista Saulo Tavares e o escritor Saulo Adami.”

Para obter mais material para a roteirização da peça, o grupo entrou em contato ainda com vizinhos da rua onde ela mantinha sua casa e com o escritor Aquiles Duarte de Souza, autor da principal obra usada como fonte da peça, o “Fanny, uma vida em perspectiva”.

Apresentações
A estreia do espetáculo será em 23 de março, às 20h, no Teatro do Centro Empresarial de Brusque (CESCB). A peça está sendo desenvolvida desde o final de 2017, porém, em 2018, recebeu o apoio do Fundo Municipal de Cultura para a realização de quatro apresentações.

“Estamos na ansiedade, queremos fechar um bom trabalho. Esse é o momento de confiar no que fazemos”, diz Talita. Os nove integrantes fixos do Trama estão todos envolvidos nos processo de produção, colaborando com o texto, elementos cenográficos, entre outros.

A atriz ressalta a importância de Brusque manter o seu fundo cultural ativo, com os editais lançados: “Ainda mais em tempos de crise, quando a cultura costuma ser umas das primeiras a áreas a serem tolhidas. A produção cultural contribui para a reflexão da sociedade em que está inserida sobre si própria, numa troca entre artistas e público”, avalia Talita.

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Para ela, no caso do espetáculo sobre Fanny, há também a proposta de reverenciar a história local e suas personagens, mantendo a memória da cidade viva.

“O tripé que envolve o trabalho de artistas locais, o mecanismo de incentivo público que é o fundo, e o apoio privado é fundamental. Os três contribuem em igual medida para a viabilizar o trabalho”, pontua.

Fanny – A rainha da cidade
Quando? 23, 24, 30 e 31 de março
Onde? Teatro do Cescb, aos sábados às 20h, e aos domingos, às 19h
Quanto? R$ 30 inteira, R$ 15 meia-entrada (disponíveis a partir de março)
Ingressos à venda na bilheteria do teatro e na Livraria e Papelaria Graf