A importância das praças como local de memória, convívio social e identidade de uma cultura vem desde a antiguidade. Este centro de convivência muitas vezes era o ponto de partida de toda uma sociedade que se construiria no entorno.

Praça é memória, praça é árvore, praça é gente conversando e criança brincando. É necessário que haja iniciativa do Poder Público para tornar a cidade habitável e amável, e isto se faz investindo em espaços públicos de convivência. Estas áreas trazem possibilidades de serem espaços de descompressão e muitas vezes, o único verde diante de tanto concreto. Tiram os cidadãos de seus apartamentos e casas e os colocam para conviver na grama.

Para quem tem filhos é mais ainda notável como estes espaços são importantes – de um ponto de vista do brincar, na praça se cria repertório comportamental para vida. As brincadeiras, disputas, o encontro com o novo, com o diferente e com a frustração se dá ali nesse espaço de convívio.

Em uma de suas entrevistas Rosa Kliass, importante paisagista brasileira, responsável por obras como o Parque da Juventude, em São Paulo e o Parque das Garças em Belém do Pará ressalta: “Para que a gente faz os parques? Não é só para ter áreas verdes. É para as pessoas usarem. Porque, primeiro, você escolhe o banco, senta no banco, e dele você tem uma visão parcial – mas se for para outro banco, a visão é outra…” – E estas visões podem ser da arquitetura local, do topo de uma igreja, de uma edificação que te remeta a infância, de todas as nuances de verde na copa de uma árvore.

Do parque e da praça todo mundo é um pouco dono – não se paga entrada. Ali saímos da bolha e neste espaço se encontramos mais diversos perfis sociais. O que te faz amar uma cidade? Sem dúvida as possibilidades que ela proporciona deve estar entre um dos principais motivadores. Poder passear em família, correr no parque depois de uma semana estressante, levar as crianças para brincar, conversar com as amigas… Do infinito se dão esses momentos de realmente sentir e pertencer a um lugar. Parque e Praça são bons inícios.


Claudia Sandri
– psicóloga