Essa é uma pergunta para se fazer, especialmente quando é preciso decidir quais serão seus próximos passos na vida ou quando a infelicidade bate à sua porta. Na nossa constituição muito complexa e mista assumimos padrões de comportamentos que muitas vezes não seriam nossos de forma natural. Aprendemos socialmente como nos comportar, culturalmente que profissões seguir, que formas de relacionamento devemos ter. Aprendemos a viver e encarar situações em que talvez não nos colocaríamos sem necessidade.
Encarar com franqueza em que ponto está nossa vida e nossas relações pode ser dolorido e tumultuado. Ter a coragem de assumir os próprios interesses, gostos ou simplesmente fazer algo diferente do considerado normal ou o esperado nem sempre será agradável.
Você não é o seu trabalho. A forma como você se veste. O título que possui. Você é um emaranhado de todas estas coisas e muito mais. Você é a forma como se relaciona com as coisas e as pessoas, a forma como consome, a forma com que dá limites, como se autorregula, como lida com o passado e a forma e qualidade de quando está completamente só.
É necessário abrir espaço interno para que pouco a pouco você consiga se sentir bem na própria pele, se desvencilhar com certeza do que não lhe nutre mais, se fortificar apesar dos fracassos, se conhecer a ponto de domar os padrões, os medos e não se esconder atrás de falsas verdades.
Reserve tempo para estar completamente sozinho, escreva cartas para si mesmo, coloque no papel seus medos, seus hobbies e pense sobre eles, deixe-os menores. Perceba quais seus primeiros pensamentos ao acordar e para onde está indo sua energia. Conhecer cada canto da sua própria pessoa pode ser a maior e melhor verdade da sua vida!
Claudia Sandri – psicóloga