Trabalhadores das indústrias têxteis de Brusque rejeitam contraproposta patronal
Inclusão do sistema de trabalho 12/36 na convenção coletiva não foi aceito após discussão
Inclusão do sistema de trabalho 12/36 na convenção coletiva não foi aceito após discussão
Na manhã de domingo, 19, em reunião no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Têxteis de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento (Sintrafite), trabalhadores rejeitaram a contraproposta apresentada pelo sindicato patronal.
O presidente Aníbal Boettger abriu a assembleia explicando a contraproposta recebida após três reuniões com o patronal.
“Com a participação dos trabalhadores e das trabalhadoras, foi analisada a contraproposta do sindicato patronal em relação ao nosso rol de reivindicações encaminhado e aprovado na assembleia do dia 17 de março. Eles nos apresentaram um reajuste de 4,5% para todos os trabalhadores e um piso salarial de R$ 2.020, renovando as demais cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho, mas com a inclusão do sistema 12/36,” disse Boettger.
O sistema de trabalho 12/36, que permite 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso, foi amplamente discutido durante a assembleia. O consenso entre os presentes foi de que tal sistema não deveria ser inserido na convenção coletiva.
“Os trabalhadores deliberaram em votação que não concordam com a inserção desta cláusula na convenção coletiva, mas aceitam que este tipo de acordo seja feito por empresa, homologado pelo Sintrafite, conforme já vem ocorrendo”, informou Boettger. Este modelo de acordo é semelhante a outros já existentes, como banco de horas e compensação de jornada.
Durante a discussão, vários trabalhadores expressaram suas preocupações e questionaram o impacto do sistema 12/36 em suas vidas. O advogado do Sintrafite, Márcio Silveira, destacou riscos associados a este sistema, incluindo fadiga, questões sociais e impactos na saúde física e mental dos trabalhadores.
Boettger ressaltou que a proposta do patronal estava condicionada à aceitação do sistema 12/36, rejeitada de forma unânime pelos trabalhadores. “Eles nos informaram que, caso não aceitássemos nesses termos, concederiam apenas o reajuste do INPC, acumulado dos últimos 12 meses, que fechou em 3,23%,” lamentou o presidente do Sintrafite.
A assembleia concluiu com a decisão de encaminhar a contraproposta dos trabalhadores ao patronal na segunda-feira e aguardar seu posicionamento. Diante disso, uma nova assembleia foi marcada para o próximo domingo, 26, às 8h30, no auditório do Sintrafite, para apresentar a resposta do patronal aos trabalhadores.
Boettger expressou a esperança de que o patronal conceda o reajuste de 4,5%, conforme o exemplo de outros sindicatos patronais da cidade que recentemente fecharam negociações com este índice. “Está é a nossa proposta. Lamentamos que tenha sido imposta esta condição do sistema 12/36 e esperamos que o patronal reveja sua posição,” concluiu.
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