Carnaval, né, gente? Desde que o mundo é mundo (e não dá para não lembrar daquela imagem clássica do homem das cavernas arrastando a mulher pelo cabelo) que a festa do “liberou geral” tem sua parte sombria, violenta, arriscada para as mulheres. Tudo por conta daquela antiga cultura que diz que no carnaval não pode dizer não. Aliás, nem precisa dizer sim: se foi para a folia, é porque quer. Beijo forçado, mão boba, estupros “estilizados” ou reais.

Como dificilmente tradição morre sozinha, os últimos anos foram marcados por campanhas fortes de sororidade. Traduzindo, a ideia é que as mulheres se ajudem em situações de risco.

A revista  AzMina – já falamos nelas aqui! – é primorosa em deixar essa questão esclarecidíssima, com a campanha #umaminaajudaaoutra e com o Guia Didático da Diferença entre Paquera e Assédio. Por mais que pareça ridículo ter que ter um guia didático explicando onde ficam os limites sociais do desejo e onde começam os direitos sobre o próprio corpo, nada melhor do que começar pelo beabá. Ou, nas palavras delas: não é uma tristeza que, em pleno século 21, a gente ainda tenha que ensinar marmanjo como brinca de conquistar?

Pois é. Mas ignorância tem que ser combatida com conhecimento, certo? Se tem que ser do básico, que seja! Tem o guia completo no site AzMina. Vale muito ler, imprimir, colar nas paredes. E tem também uma fantástica versão ilustrada, assinada por Helô D’Angelo e lançada pelo Catraca Livre, que é parceiro delas nessa campanha. Trouxemos duas para cá, mas tem muito mais online. Se for mais fácil, você pode achar todas as ilustrações na página deles no Facebook.

 

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Se você é de carnaval… boa diversão! E, se testemunhar alguma situação de assédio, não faça de conta que você não tem nada a ver com isso, ok? Se precisar, não tenha vergonha de pedir ajuda ou chamar a polícia. A gente merece diversão sem assédio.

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Claudia Bia – jornalista e preguiçosa de multidões