Unifebe implantará espaço para preservação de abelhas no campus Santa Terezinha
Ambiente será utilizado para trabalhar a educação ambiental na instituição
Ambiente será utilizado para trabalhar a educação ambiental na instituição
A Unifebe implantará um meliponário no campus Santa Terezinha. O projeto, voltado à manutenção de espécies de abelhas sem ferrão nativas do Brasil e responsáveis pela polinização de mais de 90% da flora do país, já foi iniciado pela instituição.
O meliponário, com cerca de 20 m² será construído com madeira tratada e incluirá canteiros com flores melíferas e não melíferas, além de árvores e bancos.
De acordo com os arquitetos responsáveis pelo projeto, Karol Carminatti e Gabriela Ebele Schaefer, no espaço também serão expostos painéis informativos, inspirados nas ilustrações “Abelhas nativas da Mata Atlântica”, apresentadas pela artista dinamarquesa Birgitte Tümmler.
“As ilustrações, aplicadas ao projeto, teriam como propósito capturar a atenção do público e visam desmistificar a falsa ideia de que as abelhas sem ferrão representam perigo. A ideia é trazer curiosidades e enfatizar os inúmeros benefícios ambientais proporcionados por esses insetos, que têm uma contribuição essencial para a biodiversidade”, esclarece Gabriela.
O espaço para a preservação das abelhas sem ferrão será implantado entre os blocos A e B e integrará o projeto paisagístico do campus.
Com a construção do meliponário, o projeto desenvolvido pelas estudantes do Colégio Unifebe, Ayana Mayer e Madrine Machado, atinge mais uma etapa. As alunas do terceirão iniciaram em 2023, uma pesquisa sobre a importância das abelhas sem ferrão para o meio ambiente.
Tudo começou durante as atividades aplicadas em sala de aula pelos professores Simone Sobiecziak, Jéssica Leme Cano e Heitor Paloschi, com foco na abordagem STEAM, que em português significa Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Pensando em envolver as cinco áreas do conhecimento, os alunos tiveram que desenvolver um protótipo físico, com o uso de tecnologia digital, com o intuito de atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS.
A ideia do projeto, revela Ayana, surgiu após uma visita à Escola de Educação Fundamental Edith Krieger Zabel.
“Nessa visita conhecemos as abelhas sem ferrão e a importância delas para o meio ambiente. Por meio de pesquisas bibliográficas levantamos as duas maiores dificuldades enfrentadas na criação, que são as variações de temperatura e o monitoramento da saúde da colônia. Para solucionar esses problemas, desenvolvemos uma caixa automatizada, que mantém a temperatura ideal e contabiliza o fluxo de entrada e saída das abelhas”, comenta a estudante.
Segundo Ayana, o fluxo dos insetos diz muito sobre a saúde da colmeia, já que a saída pode indicar a migração das abelhas para outro local e, a entrada em massa, a existência de um possível invasor ou predador. Quanto à temperatura, a condição interfere diretamente na vida dos insetos, que para se esquentar precisam se movimentar, gastam muita energia e acabam morrendo.
A caixa automatizada criada pelas alunas foi desenvolvida com Arduino, uma plataforma programável de prototipagem eletrônica. A seleção dos sensores, programação e montagem do circuito foi feita sob a supervisão e apoio do professor Julio Cesar Frantz, que atua no Clube Arduino, uma iniciativa do Centro de Inovação 408lab, realizada na Incubadora Orla, do campus Santa Terezinha.
“Foi no espaço maker da Incubadora Orla que elas tiveram acesso aos kits de robótica para desenvolver a automação da caixa de abelha. O grupo delas foi muito persistente para ultrapassar as barreiras e buscar a melhor solução. Elas se superaram e com as oficinas básicas do Clube conseguiram programar as partes mais complexas da automação”, explica Julio.
Para que o projeto tivesse continuidade e ganhasse ainda mais visibilidade, a professora Simone viabilizou uma parceria entre a Unifebe o NEAP – Núcleo de Estudos em Abelhas, Produtos Apícolas e Polinização da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
“Na ocasião, outros pesquisadores da área que atuam na UFSC confirmaram que a caixa automatizada é um projeto inédito no país e que merecia ir além. Nesse sentido, com o apoio da gestão superior da FEBE, vamos implantar um meliponário, voltado à preservação das abelhas Mandaçaia. Com esse espaço queremos reafirmar a importância desses insetos para o mundo e informar nossos alunos e a comunidade que as abelhas sem ferrão não fazem mal algum e são seres vivos essenciais para o ecossistema”, reafirma a professora Simone.
A oportunidade de realizar um projeto como esse ainda no Ensino Médio foi desafiadora, confessa Ayana.
“Foi uma oportunidade de trabalhar e pesquisar a fundo algo que possuo genuíno interesse, além de aprimorar a minha escrita, comunicação e compreender a metodologia científica. Durante a pesquisa também pude conhecer diversos profissionais de distintas áreas, que apoiaram o projeto”, enaltece a estudante.
A caixa automatizada para a preservação de abelhas Mandaçaia é apenas a primeira iniciativa de uma série de ações voltadas à educação ambiental dos estudantes do Colégio Unifebe e da Unifebe.
A presidente da FEBE, professora Rosemari Glatz, ressalta que o meliponário servirá como laboratório e case de estudos.
“Todo esse projeto tem relação direta com os projetos e atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos com os estudantes do Ensino Fundamental, Médio e da Graduação. A ideia é que o meliponário instigue ainda mais a educação ambiental entre a comunidade escolar e acadêmica. Que alunos e pesquisadores procurem saber mais sobre o impacto desses espaços para o ecossistema e que inspire ainda mais ações em prol do meio ambiente”, acrescenta Rosemari.
Após a consolidação do meliponário, a instituição planeja fazer um espaço denominado Jardim do Mel.
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