Colaborou Mariana Parra 

A brusquense Cleide Klock, jornalista e correspondente do SBT em Los Angeles, marcou um momento histórico para o cinema nacional ao entrevistar os indicados ao Oscar e ao Globo de Ouro: Fernanda Torres, Selton Mello e o diretor Walter Salles. As conversas revelaram os bastidores e as emoções por trás de Ainda Estou Aqui, filme que consolidou o Brasil no cenário cinematográfico internacional.

Com três indicações, incluindo a melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz para Fernanda Torres, o longa rompeu barreiras ao se tornar a primeira produção brasileira a disputar a categoria mais prestigiada da premiação. Dirigido por Walter Salles, a obra traz uma narrativa profunda e sensível sobre perda, memória e os complexos laços familiares. A história acompanha Clara, vivida pela veterana Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua performance tocante e cheia de nuances emocionais.

Durante as entrevistas, Cleide questionou os artistas sobre a recepção internacional do longa. Fernanda Torres, consagrada no cinema, destacou a relevância de um filme político retratar a família, um tema universal que transcende fronteiras. “O que eu tenho achado bonito em todo o mundo, e certamente no Brasil, é que o filme rompeu com uma visão binária que tem dominado o mundo. De repente, as pessoas estão indo ao cinema e se reconhecendo em algo muito arcaico chamado família”, afirmou.

Selton Mello, também parte do elenco, ressaltou a dificuldade de promover um drama em um mercado cinematográfico competitivo e globalizado. “É uma luta, no mundo inteiro, encher uma sala de cinema. Então, ver o nosso filme, baseado em fatos reais, atraindo público, formando filas e gerando conversas é o maior prêmio que poderíamos ter”, declarou o ator.

Walter Salles, um dos maiores nomes do cinema nacional, definiu o longa como uma homenagem à resiliência humana e às conexões que transcendem o tempo e a ausência. “É como se aquela casa cheia de gente, do início do filme, a casa da família Paiva, de alguma forma se transferisse para cada uma das salas de cinema que vem abraçando o filme”, refletiu o diretor.

Com o Oscar se aproximando, as expectativas estão em alta para o desfecho dessa jornada. Independentemente do resultado, o legado de “Ainda Estou Aqui” já é um marco na história do cinema brasileiro, celebrando não apenas a qualidade artística, mas também a capacidade de conectar emoções universais.