Arquivo pessoal

Bruno da Silva
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A rotina de Juliana Bittelbrunn, empreendedora de 44 anos, não é tranquila. Com quatro filhos, sendo a mais nova de dez meses, ela desempenha várias funções durante o dia no papel de mãe, além de seus compromissos profissionais. Mesmo com as eventuais atribulações, porém, ela não mudaria nada disso.

Ela e o marido Fernando estão casados há quase 19 anos e moram no bairro São Luiz, em Brusque. Juntos, eles tiveram quatro filhos: Isadora, de 14 anos, Mateus, de 12, Gabriel, atualmente com oito, e Heloisa, a caçula, que nasceu em junho de 2024.

Juli trabalha em home office como representante comercial e tem sua loja on-line. A rotina é dividida entre atender as clientes e os filhos.

“Desde que casamos, o nosso projeto era que eu ficaria em casa quando tivesse o meu primeiro filho. Mas como eu trabalhei desde os 13 anos, senti falta de ter uma profissão. Então, passei a ser uma mãe empreendedora. Trabalho em casa e no meu horário”, explica.

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Família cresceu recentemente

Juli conta que, desde que casou, sua ideia era ter três filhos, mas o marido sempre quis um quarto. “Desde que casamos, não tomei remédio e Deus mandou para nós. Eu sempre dizia que Ele não mandaria uma quarta criança, mas Ele mandou. Fiquei bem apreensiva pela minha idade e pela minha saúde. Mas está tudo certo”, relata.

Ela lembra que um dia chegou a questionar um o padre sobre o que Deus queria dela lhe enviando um quarto filho. “Ele respondeu: “não te parece claro? Ele quer que você seja mãe!”. E realmente é isso que Ele quer. Ela é a alegria da nossa casa, todo mundo baba”.

Heloísa nasceu em junho de 2024 | Foto: Arquivo pessoal

Quando era jovem, falava que não ia casar e não ia ter filhos, mas que se sente abençoada pelos rumos que sua vida tomou.

“Eu não crio muitas expectativas, porque isso faz a gente viver ansioso. Quando eu era jovem, falava que não ia casar, não ia ter filhos, não almejava a vida que tenho hoje. Mas agradeço muito a Deus. Sempre me pego olhando a minha vida e agradecendo pelas bênçãos mesmo sendo muito desafiador”, conta. “Foi só quando veio a minha quarta filha que eu entendi a minha vocação de ser mãe. Ser mãe de quatro muda a forma como eu enxergo a vida e ensina o quanto é necessário se entregar para edificar uma família”.

Segundo Juli, seu desejo como mãe é que os filhos tenham valores e sejam felizes e pessoas de bem.

“Nesta fase, isso depende de nós. Estou ensinando e acho que temos o dever de estar ali para eles. É necessário muito autocontrole e autoconhecimento para ser uma mãe que consiga se manter sempre calma e ao mesmo tempo ter autoridade. Isso é um desafio. Quem vê de fora, acha uma coisa, mas você morde a língua quando se torna mãe”.

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Rotina de casa

Segundo Juli, ela e o marido tentam criar os filhos de uma maneira bem independente. “Mas é claro, precisamos cozinhar, manter a ordem, educar, corrigir, assessorar… Mas eles têm a sua rotina. Como eles estudam de manhã, precisam acordar cedo, é aquele trabalho para o pai e a mãe tirar da cama”, brinca. “ Hoje estou na fase de Mãe Uber, porque levo para uma atividade e levo para outra. O que mais demanda agora é a nossa pequena, que tem que dar atenção o tempo inteiro. Mas os maiores já ‘se viram’. Eles cuidam um do outro e gostam muito de ajudar com a Heloisa. São todos muito unidos, traz muita paz para o nosso coração”, completa.

Gabriel, Heloisa, Isadora e Mateus, filhos do casal Juli e Fernando | Foto: Arquivo pessoal

Ela conta que algumas discussões acontecem, o que considera natural pela convivência. “Eu digo que somos uma comunidade dentro de casa. Mas é muito gostoso. Embora eu trabalhe, estou em casa, é bom estar ali, sempre antenada. Eu admiro muito as mães que trabalham fora, é bem desafiador”.

Antes do marido sair para o trabalho, eles fazem questão de tomar um café da manhã juntos. “Às vezes o “Bom dia” não sai, porque tem alguém mal-humorado, mas estamos todos na mesa” brinca. 

Já durante o dia, ela fica com os filhos sozinha, já que o marido trabalha em outra cidade, e o almoço é sempre um momento importante da rotina deles. “O momento do almoço é onde estamos juntos e sempre rezamos uma Ave Maria e agradecemos pelo alimento juntos. Entregamos o nosso dia para a nossa “mãezinha” e agradecemos a Deus. Conversamos também como foi a escola e organizamos a nossa tarde também”.

“A conquista dos meus filhos é uma alegria”

Assim como ela, a mãe de Juli também teve quatro filhos, duas meninas e dois meninos. “Minha mãe me ensinou muito a ter respeito. Ela não tolerava desrespeito aos mais velhos, aos professores e aos amigos também. Isso é algo que eu passei também aos meus filhos, exigindo sempre o respeito com as pessoas. E também me ensinou sobre a entrega. Ela sempre me disse que não podemos ficar no básico, temos que fazer algo a mais, especialmente em casa. Eu faço questão de ensinar isso a eles”, conta.

Desde sempre, portanto, ela viu os prós de ter uma família grande. “Vejo que muitas pessoas estão com medo de ter filhos, talvez porque querem dar tudo de melhor para eles e tem medo de não conseguir. Mas não precisamos ter tudo e nem ser igual a ninguém. Vim de uma família grande e nós dividimos tudo. Vejo o quanto é bom. Ter uma família grande é pensar também no futuro, que eles vão poder dividir as coisas também”.

Ela admite que é desafiador ter uma família grande, mas que se sente abençoada por isso | Foto: Arquivo pessoal

Para Juli, é muito enriquecedor ter uma casa e uma mesa cheia. “É desafiador ter uma família grande, mas, como temos força de vontade, Deus providencia as coisas que a gente precisa. Vivemos a fraternidade dentro de casa e é muito bom”.

Nos pequenos gestos e nas coisas do dia a dia, Juli encontra o prazer de ser mãe. “Às vezes estou no meio do turbilhão, mas você não pode pensar muito. O mundo te oferece muitas outras coisas e talvez isso faça algumas pessoas abrirem mão de serem pais. Um sorriso, um abraço, uma conquista dos meus filhos, é sempre a nossa alegria. Essas coisas que não têm preço valem muito e, quando formos mais velhos, serão esses pequenos momentos que vamos sentir falta. Se não tivermos filhos, quem vai mudar o mundo?”, indaga.

Juli valoriza muito os momentos do dia a dia com os filhos | Foto: Arquivo pessoal

Juli acredita que só após ser mãe entendeu realmente o que significar o amor. “Depois de se tornar mãe, aprendemos o que é amar intensamente. Não sou mais o centro de mim mesma, abro mão daquilo que eu desejo. Ser mãe é isso, doar a sua vida pelos seus filhos, que dependem de ti. É uma fase. Eu venho desenvolvendo e aprendendo isso a cada dia. Já sou mãe há mais de 14 anos, tenho quatro filhos, mas é um aprendizado diário. Abrir mão de si mesma por eles”.


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