Após quase três meses, governo de Carlos Moisés é incógnita para prefeitos da região
Políticos não têm acesso ao governador e não sabem o que esperar do governo
Políticos não têm acesso ao governador e não sabem o que esperar do governo
O governo de Carlos Moisés da Silva (PSL) ainda é um mistério para os prefeitos da região de Brusque. Não se sabe como ter acesso ao governador, tampouco se tem uma ideia clara das prioridades e diretrizes dele em relação aos municípios do interior.
Carlos Moisés foi eleito com uma plataforma de ter um governo técnico e sem influência política. A promessa de ruptura com o sistema tradicional está sendo cumprida, e com isso os prefeitos ficam à espera de algum sinal.
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Os representantes dos três municípios da região não estiveram em nenhuma ocasião com Carlos Moisés. Nem mesmo com secretários de pastas importantes foi possível se reunir para levar as demandas.
“Está complicado, não estamos tendo acesso fácil”, comenta o vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB). Ele esteve em Florianópolis na semana passada para tratar de alguns temas importantes para o município, mas só conseguiu se reunir com o secretário-adjunto de Infraestrutura e protocolar pedidos de audiência com o governador.
Prefeito de Guabiruba, Matias Kohler (PP) também não teve a oportunidade de conversar diretamente com o governador do estado. Ele afirma que prefere esperar para cobrar porque entende que o início de mandato é complicado e não há como atender todos.
No entanto, Kohler também está à espera de um posicionamento do estado sobre situações importantes para o município – como a reforma e ampliação da Escola de Educação Básica (EEB) João Boos e o pagamento de dívidas atrasadas.
José Luiz Colombi, o Nene, prefeito de Botuverá, entende que no começo do mandato há muito o que fazer. Mas também já tem protocolados alguns pedidos de audiência com o primeiro escalão do governo estadual.
Até agora, Nene Colombi, assim como outros prefeitos, não obteve resposta sobre quando poderá apresentar as demandas do seu município ao estado.
Central
Questionado sobre como ocorrerá o diálogo com as prefeituras, o governo do estado diz que, antes de assumir, a gestão de Carlos Moisés “já defendia que o desenvolvimento de Santa Catarina é diretamente proporcional ao desenvolvimento de seus municípios, por isso, foi assumido o compromisso de tratar com igualdade os catarinenses de todas as regiões, levando suporte e serviços de qualidade”.
Para isso, foi criada a Central de Atendimento aos Municípios, setor vinculado à Casa Civil, que tem o objetivo de estabelecer uma “comunicação ativa e eficiente entre o governo estadual e as prefeituras”.
Sobre o fato de o governador e a vice-governadora Daniela Reinehr não terem vindo a Brusque até o momento, o governo diz que é algo que ocorrerá naturalmente.
“O governador Carlos Moisés e a vice-governadora Daniela Reinehr estão começando a percorrer as regiões do estado, visitando municípios e conhecendo as demandas da população. Visitar uma cidade representativa como Brusque será uma questão de tempo”.
O estado é importante parceiro das prefeituras em diversos serviços. Ele é relevante para as pequenas cidades, que têm pouca capacidade de investimento próprio.
Já para as grandes cidades o estado tem mais importância para obras mais caras. As prefeituras não conseguem pagar tudo sozinhas e precisam de aporte estadual para tirar os projetos do papel.
Brusque tem, atualmente, duas obras tocadas com recursos estaduais. Uma delas é a pavimentação e drenagem da rua Padre Antônio Eising, no bairro Azambuja.
A obra já começou e teve de ser paralisada por problemas com a antiga empreiteira. Agora, está em risco de parar de novo porque o governo do estado está contingenciando todos os convênios feitos sob gestão das Agências de Desenvolvimento Regional (ADR).
Vequi afirma que a prefeitura conta com a próxima parcela que o estado tem de pagar para continuar as obras. A ideia é que o município toque a pavimentação por mais algum tempo com seu recurso, já que a obra tem contrapartida da prefeitura.
Entretanto, se a parcela do convênio não for paga, a pavimentação deve parar até que o dinheiro volte.
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O prolongamento da avenida Bepe Roza, a Beira Rio, no lado do Santa Terezinha, também tem recursos do governo estadual. A obra também está ameaçada.
A Prefeitura de Guabiruba aguarda que o estado pague R$ 200 mil relativos ao convênio da pavimentação da rua São Pedro. E em Botuverá a construção do centro de convivência para os idosos, cujo custo é de R$ 600 mil, também está em risco.
Transparência
O governo estadual informa que os convênios oriundos das antigas ADRs “estão em processo de transferência para a Secretaria de Infraestrutura, portanto, será preciso aguardar essa transição”.
O governo diz que depois disso “poderá avaliar essas questões de forma organizada e transparente”. “Obviamente o processo pode gerar incômodos, principalmente por eventuais atrasos, porém, estamos em busca de um governo mais enxuto e financeiramente capaz de atender ainda melhor as demandas da população”.