Arquivo pessoal

Bruno da Silva
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Giovani Pires Sgrott, 56 anos e moradora do bairro Guarani, teve Heloim, seu primeiro filho, em 1989. Depois disso, ela sonhava em ter uma menina, mas teve cinco gestações interrompidas. Quando já não tinha esperanças, porém, ela foi surpreendida com uma gravidez e com o que, para ela, foi um milagre.

Sarah Vitória completa 18 anos em 2024. O seu nome foi inspirado em Sara, personagem da Bíblia, esposa de Abraaão, que não podia engravidar. E o Vitória foi escolhido para representar a luta que ela, mas também sua mãe, enfrentaram para que ela viesse ao mundo.

Sarah nasceu em 2006 | Foto: Arquivo pessoal

Sequência de frustrações

O primeiro aborto que Giovani sofreu foi ainda antes do nascimento de seu primeiro filho, quando ela e o marido, João César Sgrott, sofreram um acidente de carro.

Após o nascimento de Heloim, por alguns anos, ela tomou cuidados para não engravidar, já que queria se dedicar ao filho e também tinha o seu trabalho.

Depois de um tempo, porém, ela voltou a tentar engravidar. Queria ser mãe de uma menina. Mas passou por momentos muito difíceis. Foram cinco gestações interrompidas em um curto período de tempo. Ela iniciou tratamento para reforçar o útero com medicação, mas continuava sofrendo abortos esapontâneos.

“Eu perdi um atrás do outro, cinco filhos, com três meses de gestação, depois dois meses, um mês e, por último, foram gêmeos. Como estavam em placentas diferentes, um acabou morrendo e o outro ainda ficou mais um mês. Fiquei com uma esperança. Mas eu acabei perdendo também. Foram 15 dias no hospital, eles estavam tentando segurar a criança. Mas eu sangrava demais. Nesse momento, eu sofri muito”. Depois disso, ela pensou que não conseguiria mais ser mãe.

“Eu não queria mais engravidar. Estava esperando o meu filho casar para eu ter netos”, lembra.

A bênção

Um dia, porém, quando estava na igreja preparando um evento, ela passou por um momento especial e de certa forma inesperado. Giovani estava descascando frutas, preparando as coisas para a festa tropical que seria realizada à noite, quando o ministro colocou um DVD com músicas na televisão.

Ele cantou e ministrou, e ela cantou junto: “Meu milagre vai chegar, eu vou crer, não vou duvidar”.

“E aí, quando ele parou, depois de ministrar por cura, libertação, ele me perguntou se era eu que não conseguia engravidar. Eu confirmei e ele abençoou meu útero. Eu senti que o Senhor estava falando comigo. Para mim, ele foi usado por Deus. Eu orei junto com ele. Mas depois disso, eu esqueci”.

Um mês passou depois deste episódio. Na noite de Natal, Giovani estava indo para a casa da mãe levando um saboroso bacalhau para a ceia. Chegando lá, quando abriu a tampa, devido ao cheiro, sentiu uma ânsia de vômito. Mas ela ficou quieta. “Voltei para minha casa e vomitei muito. Todo ano eu tinha uma consulta marcada no começo do ano e ia esperar para ver o que estava acontecendo”.

Sarah atualmente tem 18 anos | Foto: Arquivo pessoal

No início do ano seguinte, durante a consulta, o exame confirmou: ela estava grávida. Mas Giovani seguia insegura. “Sempre até os três meses eu perdia, foi uma luta. Como eu tinha muita insegurança devido às situações anteriores, eu só senti mesmo que estava tudo certo com três meses”, conta. “Eu tinha muito enjoo e meu marido ficava feliz. Ele dizia que quando isso acontece, é porque o bebê está forte”.

Ele estava certo. Com cinco meses, eles descobriram que estavam esperando uma menina. Giovani ainda trabalhou até a gestação chegar a oito meses, quando ela começou a ter sintomas de pressão alta.

O parto foi mais uma provação, mas Giovani e Sarah Vitória resistiram bravamente. “Tive uma hemorragia grave e ela quase morreu, mas conseguimos superar. O cordão umbilical demorou 37 dias para cair. Deus reforçou muito para ela poder sobreviver”.

Arquivo pessoal

Quando Sarah nasceu, em 17 de agosto de 2006, foi uma festa para a família. O médico precisou pedir para os visitantes saírem do quarto devido à quantidade de gente que queria celebrar aquele momento. “Hoje ela é uma bênção nas nossas vidas. Não foi fácil passar por tudo isso, mas foi incrível”, resume.

 


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