A Azimut Yachts está apresentando algumas novidades aos visitantes do III Salão Náutico Marina Itajaí, que segue até domingo, 8, em Itajaí – SC. Entre elas, destaque para a primeira aparição ao público brasileiro do maior iate de luxo construído em série no Brasil, a Azimut Grande 30 Metri. O modelo que passou a integrar recentemente a nova gama de produtos fabricados pela filial brasileira da marca italiana poderá ser visto externamente no píer da Marina Itajaí.

“Além de concentrar a unidade produtiva brasileira da Azimut Yachts, o Sul do país vem reforçando o seu potencial para o mercado náutico, exemplo disso, é a realização do Salão Náutico Marina Itajaí que tem se consolidado ano a ano. Assim como nos eventos que participamos em várias partes do país e do mundo, apresentaremos durante o Salão nossas últimas novidades e modelos de grande sucesso no mercado nacional e internacional”, conta o diretor comercial da Azimut Yachts Francesco Caputo.

Salão Náutico em Itajaí segue até domingo, 8. Fotos Guma Miranda

No lounge Azimut Yachts ontem, o CEO do estaleiro italiano, Davide Breviglieri (foto), conversou com a coluna sobre a chegada ao Brasil e como está o mercado.

André Groh: Há quanto tempo a Azimut está em Itajaí?
Davide Breviglieri: Em 2010 começou o projeto, mas o primeiro barco foi construído em 2011. De lá pra cá, passamos de 150 barcos produzidos aqui em Itajaí.

A.G.: Onde estão os clientes da Azimut hoje?
D.B.:
Diria que o mundo da náutica tem uma expressividade bastante interessante. Metade, ou um pouco mais dos clientes, estão em São Paulo, e navegam no eixo entre o litoral paulista e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Fora isso, o segundo lugar náutico mais expressivo é realmente o Sul, representado principalmente por Paraná e Santa Catarina. 

A.G.: Qual a autonomia da base em Itajaí em relação a matriz na Itália?
D.B.: A Itália ainda é fundamental na dinâmica de projetos para novas navegações. Temos ainda uma dependência importante do velho mundo em termos de materiais, que aqui ainda não existem, e a cadeia de suprimento local também não tem condições de abastecer esse nível de qualidade e performance. 

A.G.: O que Santa Catarina representa hoje para a Azimut?
D.B.: É fundamental, o polo náutico verdadeiro. É nossa casa, o estado que mais acolheu a náutica. É o lugar que se escolheu para produzir barcos. Uma escolha muito certa que a Azimut fez há alguns anos. Estar aqui significou driblar um momento difícil, muito melhor que em outras realidades.

A.G.: Satisfeito com a escolha?
D.B.: Com certeza, o sul pra nós foi uma grande surpresa. Lá atrás quando se escolheu o sul, pontuamos a logística e a história náutica e naval que este lugar tem. A mão de obra qualificada, característica do sul, é essencial para fabricar barcos desta complexidade. Fora isso, o Estado ainda foi o primeiro que acreditou na náutica e aplicou alguns incentivos para essa chegada.

A.G.: A Azimut se destaca na produção náutica.
D.B.: No Brasil absolutamente, e de forma relevante. E no mundo, é a empresa que tem a maior gama de produtos no segmento náutico.Temos uma série de coleções muito distintas. O barco é uma paixão que você adquire. No momento que você entra no barco, inicia uma experiência que segue uma dinâmica até enxergar qual será seu próximo barco.

A.G.: Quantas bases há pelo mundo?
D.B: São quatro estaleiros na Itália, e um no Brasil. Mas ainda distribuímos barcos para mais de 90 países. 

A.G.: Como é o mercado no Brasil?
D.B.: O Brasil tem um mercado que troca de barco numa velocidade maior do que no resto do mundo. Nós temos estatísticas e dados que mostram isso. É um mercado náutico recente, com um público novo. Mas veio adquirindo um grande paladar, por ter vivido um mundo de Miami, principalmente, onde existe um mercado mais consistente. 

A.G.: A náutica também sentiu a crise?
D.B.: O mercado náutico no geral sentiu, especialmente, nos barcos de menores dimensões, até 40 pés. Até hoje a situação ainda não está totalmente reestabelecida. 

A.G.: Qual a estratégia usada para contornar o momento?
D.B.: Nossa visão quando interpretamos essa movimentação do mercado, foi redefinir um pouco a estratégia. Diagnosticamos que devemos fortalecer o fluxo de exportações de barcos. Neste ano por exemplo, exportaremos 19 barcos que serão justamente os menores. 

A.G.: A que se deve o sucesso da Azimut?
D.B.: Digo que foi interpretar o mercado. Ter uma grande marca por trás que sustenta o projeto, pode ter uma conexão muito forte com o mercado brasileiro. Ter entendido o gosto do cliente, agregar valor e ter representatividade.