Novas imagens mostram que vítima de assassinato em Blumenau foi esfaqueada pelas costas

Geovane completaria 30 anos nesta segunda-feira

Novas imagens mostram que vítima de assassinato em Blumenau foi esfaqueada pelas costas

Geovane completaria 30 anos nesta segunda-feira

Novas imagens mostram que Geovane Ferreira da Silva teria sido esfaqueado pelas costas na última sexta-feira, 3. Ele teria fugido da calçada até a entrada do supermercado de Blumenau, mas foi perseguido pelo autor. A vítima completaria 30 anos nesta segunda-feira, 6 de novembro.

O ataque continua após a vítima cair no chão. Geovane foi encontrado pelos socorristas sem vida e o autor aguardou no local até a chegada dos policiais. A filha dele, com pouco mais de 2 anos, assistiu ao crime.

“Uma onda de ódio”

A advogada Maria Cecilia Seraphim, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, assumiu voluntariamente o papel de representar a família de Geovane. Apesar de que o processo será aberto pelo Ministério Público, ela atuará como assistente de defesa.

“Ele não era apenas um morador de rua vendedor de paçoca. Era um ser humano, filho e tio. A família me mostrou várias fotos dele com os sobrinhos e contou que ele ia lá toda semana para jantar, tomar um banho e dormir com eles. Mas de tempos em tempos escolhia ir para a rua porque não queria ser um fardo para a família, já que é dependente químico”, relata.

Segundo a advogada, a esposa do autor trabalha no Giassi e está grávida. Ela também estaria cuidando da filha do casal, que presenciou o crime. A família de Geovane inclusive demostrou preocupação com a criança, pois viu os vídeos do homicídio antes mesmo de saberem quem era a vítima.

“Não há prova alguma de que ele fez algo com a criança. A defesa inclusive tentou invetar que ele tinha 20 boletins de ocorrência, mas os que ele têm são de perda de documento. Os vídeos provam que não foi legítima defesa”, afirma.

Para ela, a visão pública sobre o caso tem relação com a situação na qual a vítima se encontrava. O maior medo de Maria Cecília é que o caso se reflita em outras pessoas com o mesmo nível de vulnerabilidade.

“Pessoas em situação de rua são vistas sempre como um incômodo, vagabundos. Se não tivermos um processo rápido, teremos um massacre de pessoas em situação de rua na cidade, porque não querem ver a vulnerabilidade social que existe”, alerta.

Relato do autor

Após ser preso em flagrante, o autor do crime teve a prisão preventiva decretada no sábado. O advogado de defesa, Rodolfo Warmeling, a discussão teria ocorrido pelo desrespeito por parte da vítima, “seguida por uma ameaça velada à integridade física da filha menor de idade do autor”.

Foto: Reprodução

“Por enquanto, a criança, filha dele, está ficando aos cuidados da mãe. Esse, inclusive, é um dos motivos pelos quais estamos insistindo tanto na liberdade dele. Então é uma situação que estamos trabalhando”, finaliza.

A defesa do autor ainda afirma que a faca pertencia a Geovane e que o autor teria tirado a arma dele. Toda a briga teria sido motivada, segundo ele, após o autor não aceitar comprar paçocas da vítima.

“A vítima, insatisfeita com a ameaça proferida à integridade física da filha menor do autor, prosseguiu com ofensas de baixo calão e desferiu chutes no carrinho de bebê com novas ameaças. A ação foi instintiva de um pai [autor do crime] que estava na eminência de uma grande ameaça que colocava em risco não somente à sua integridade física, mas também, a de sua filha menor que conta com pouco mais de 2 anos de idade”, conta o advogado.

Vítima estava em situação de rua

Geovane tinha familiares em Blumenau, mas morava na rua por escolha, segundo eles. “A mãe está muito abalada”, relatou uma familiar em contato com o jornal O Município Blumenau. “Todos hoje choram a perda dele. Queremos justiça para que essa crueldade não fique impune”, disse.

Arquivo pessoal

Desde 2019, a vítima estava sob acompanhamento da Secretaria de Desenvolvimento Social. Ele já foi atendido pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e, posteriormente, pela Abordagem Social.

“Além desses serviços, ele foi assistido pelo Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro POP), pelo Abrigo Municipal de Blumenau (Amblu) e foi encaminhado para comunidades terapêuticas, apesar de não ter concluído nenhum tratamento nessas instituições. Ao longo desse período, a Semudes realizou um total de 119 atendimentos para o homem, sendo o último atendimento registrado no dia 25 de outubro no Centro POP”, informou a Semudes.

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