Novela sem fim: obras na escola João Boos, em Guabiruba, continuam sem previsão de início
Promessa de reforma foi feita pelo governador Raimundo Colombo em 2013
Promessa de reforma foi feita pelo governador Raimundo Colombo em 2013
Demanda antiga da população e da Prefeitura de Guabiruba, o início das obras da Escola de Educação Básica Professor João Boos ainda não tem previsão de início. Segundo o supervisor regional de ensino da Coordenadoria Geral de Educação, Charles Gerati, o projeto está em reanálise na Secretaria de Infraestrutura do Estado para posteriormente ir ao processo licitatório.
O prefeito de Guabiruba, Valmir Zirke (PP), diz que a situação da escola, que é estadual, está “cada vez pior”. Segundo ele, árvores nos fundos do terreno estão levantando a calçada e causando novas rachaduras.
Zirke conta que foi até a capital para conversar com deputados e conscientizá-los sobre a situação da escola.
“Já conversei com vários deputados, inclusive fui a Florianópolis para fazer isso. Nada avançou, a pressão por parte da prefeitura e dos vereadores continua, até a Acibr entrou em contato com a gente. Conversei com a deputada Paulinha (PDT) e ela levou a demanda ao governador. Ele sabe (do problema)”.
As aulas presenciais já retornaram na escola em 2021, praticamente após um ano depois do início do ensino à distância por causa da pandemia. Zirke elogia a qualiade do ensino da escola, mas classifica a estrutura como “vergonhosa”.
“A maioria dos guabirubenses estudou lá, e quando você passa na frente da escola é motivo de vergonha. É tanta promessa, mas quero crer que, com apoio da deputada e de outros deputados, espero que saia do papel”.
O imbróglio sobre a reforma da escola João Boos vem desde 2013. Naquele ano, estava encaminhada uma reforma no educandário, mas as coisas se complicaram durante visita do governador Raimundo Colombo. Ele, empolgado, sugeriu que o projeto de reforma fosse substituído pela construção de uma estrutura nova.
No entanto, a Secretaria de Estado da Educação entendeu que não era viável financeira e burocraticamente a construção de uma nova escola. Por isso, retomou-se o projeto de reforma.
O projeto porém, se perdeu por causa da troca de comando da antiga Agência de Desenvolvimento Regional de Brusque (ADR), o que fez tudo voltar praticamente do zero. Em junho de 2016, o então responsável pela ADR, Ewaldo Ristow Filho, informou que a licitação para escolher a empresa que iria confeccionar o projeto executivo da obra estaria para ser lançada.
No fim de outubro de 2016, o jovem Dalvan Cavichioli, 17 anos, morreu após cair junto ao cesto de um guindaste, no momento em que realizava a poda de árvores nas dependências da escola. A tragédia fez a Câmara de Guabiruba encaminhar requerimento ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), solicitando ao órgão que intervesse e ajuízasse medidas que obriguem o governo estadual a melhorar as condições da escola. Pouco foi feito desde então.
Em fevereiro de 2017, mais de 20 empresas apresentaram projetos para reformas da escola. Em janeiro do ano seguinte, um projeto preventido de reforma foi finalizado e entregue à ADR de Brusque.
Três meses, porém, a ADR de Brusque foi extinta, e a Educação em Guabiruba passou a ser subordinada à ADR de Blumenau.
Após a aprovação do projeto, porém, a ADR de Blumenau, por causa da crise financeira do estado, sugeriu reduzir o tamanho da obra.
Em abril de 2019, porém, a ADR de Blumenau também foi extinta, e a responsabilidade passou para o órgão de Florianópolis. Na época, o governo do estado informou que o termo de referência para a obra estava em elaboração, procedimento que é feito antes do lançamento do edital da licitação para a execução dos trabalhos.
No fim de 2019, o então vereador Felipe Eilert dos Santos (PT) entrou com requerimento para encaminhar ao MP-SC o relatório de vistoria realizada pela prefeitura na escola. Em outubro, relatório apontou que a estrutura não tinha “condições seguras e saudáveis”.
Neste meio-tempo, professores se empenharam para fazer melhorias no prédio, ventanias pioraram a situação do imóvel e as aulas, bem antes da pandemia, tiveram que acontecer em sistema de rodízio por falta de estrutura.
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