“O poder revela o homem”. (Sófocles)

O ódio é um recurso, quando o desespero toma lugar à sanidade. Muito oportunamente, são estimulados discursos inflamados, levantamentos como: o opressor e o oprimido, a classe A e a B, o branco e o negro, o “mortadela” e o “coxinha”, os “sulistas” e os “nordestinos”. Todo aquele jargão que possibilita a lembrança de uma famigerada “luta de classes”.

Se analisarmos cuidadosamente, este discurso megalomaníaco e paranoico não passa de estratégia de marketing eleitoreiro, invocada em favor de grupos políticos minoritários ou personagens subservientes ao desejo de poder, que se sentindo ameaçados ou necessitados da dispersão do povo, largam mão de tudo aquilo que faz parte do seu caráter em busca de uma dissimulação da real situação em que se encontram.

Não podemos repugnar a ideia de que há miséria, fome, desigualdade social, diferenças regionais. Bem como, seria hipocrisia de nossa parte, aceitar esta “defesa fácil, oportunista”, de que, há “ódio dos sulistas para com seus irmãos brasileiros”, ou mesmo “dos brancos contra os negros”, e que este sentimento seria fonte de todas as nossas mazelas enquanto país. Seria tolice acreditar que um rico se desgaste a fazer com que um pobre não possa melhorar sua condição financeira. Ou desconsiderar o nível de corrupção a que chegamos ou o estado esfrangalhado de muitas de nossas instituições.

A falácia é de tamanho esdrúxula, que a teoria política do ódio fica esfarrapada por todos os lados.  Mostrando suas reais intenções. Por de trás de todo discurso político inflamado, de toda tentativa de comunismo, de todo totalitarismo ou vitimização, existe um homem querendo abocanhar algo para si. Todo homem que se conclama “herói” tem muito mais de vilão.

Extremamente imbricado, me parece a “Caravana: Lula pelo Brasil”. Insano comício eleitoral. O ex-presidente sapateia, enlameado, os estados onde resguarda sua maior rejeição. As margens da Papuda, em uma última tentativa desvairada de clicar com lentes distorcidas a realidade e de fazer colar a estratégia já tão surrada no PT, “de nos fazer engolir a contragosto”, em uma “infantil e desmedida” intenção de propagar a política do ódio, do enfrentamento.

O povo, amanhece sua consciência política, farto do populismo, ecoando: aqui não!

Pregar o ódio não pode ser o único discurso possível para um político. Se é o que lhe resta a oferecer, que a nação o cale. Afinal, a pátria, que por mais que tentem nos dizer que seja o governo e não o é: somos nós, nosso pai, nossos filhos, as pessoas a quem amamos. Merece ser respeitada.

E quem deixa a quem ama à mercê da vaidade de algum?


Méroli Habitzreuter
– escritora, pintora e ativista cultural