Procura por trilhas na região de Brusque aumenta durante pandemia; confira dicas de segurança

Neste ano, Corpo de Bombeiros precisou socorrer uma pessoa perdida na mata

Procura por trilhas na região de Brusque aumenta durante pandemia; confira dicas de segurança

Neste ano, Corpo de Bombeiros precisou socorrer uma pessoa perdida na mata

Desde o início da pandemia da Covid-19 a procura por ambientes naturais tem aumentado significativamente. Por conta disso, também cresceram as ocorrências de pessoas perdidas em área de mata, segundo Ivo Leonardo Schmitz, o Leo, presidente da Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí (Assepavi). 

Ele diz que normalmente as pessoas se perdem na trilha por falta de conhecimento, tanto do local quanto das técnicas de orientação em ambientes naturais. 

“Nos últimos anos as trilhas do Spitzkopf, Morro do Barão e o atrativo Lagoa Azul foram as trilhas que mais ficamos sabendo de pessoas que se perderam”, comenta Leo. 

Nos últimos dois anos a 3º Companhia de Bombeiros Militar atuou em seis ocorrências de busca e salvamento de pessoas perdidas em área de mata em Brusque, Botuverá e Guabiruba. 

De acordo com dados repassados pelo órgão de segurança, em 2019 foram realizadas duas buscas em Brusque. No ano passado, foram duas em Brusque e uma em Guabiruba. De janeiro até abril deste ano os bombeiros de Botuverá realizaram uma busca em Botuverá.

De acordo com o presidente da Assepavi, na região há duas trilhas sinalizadas adequadamente: Morro da Gueba e a Trilha das Minas, ambas em Guabiruba. 

As duas trilhas fazem parte de uma parceria entre a Prefeitura de Guabiruba e a Assepavi. “Estes trabalhos foram realizados por voluntários e coordenados por associados que realizaram treinamento de sinalização e manejo de trilhas”. 

As trilhas da região possuem grandes quantidades de bifurcações, o que pode causar dúvidas destas variações de percurso. O presidente da Assepavi alerta que nem todos levam ao mesmo destino.

“É de extrema importância as pessoas terem a consciência que o cume ou atrativo de destino é apenas a metade do percurso, você só terá concluído com êxito a sua trilha quando retornar para sua residência a salvo, isso inclui ainda o deslocamento de carro/moto ou carona”, ressalta. 

O que fazer antes de ingressar em uma trilha?

Leo dá dicas do que fazer antes de fazer uma atividade em ambientes naturais. Primeiramente, procurar informações detalhadas sobre a trilha que deseja fazer, inclusive avaliando se estas informações são de fonte confiável. “Opte por realizar atividades em trilhas que estejam sinalizadas ou então procure alguém que já conheça a trilha ou tenha experiência comprovada neste tipo de atividade”, aconselha. 

Além disso, recomenda que familiares e amigos saibam o destino, se está em grupo ou sozinho, quando pretende retornar e que se estabeleça um horário limite para que a família acione o Corpo de Bombeiros e inicie buscas. 

Outra dica do profissional é que, se for de carro, deixar o veículo na entrada da trilha e colocar no painel uma forma de identificação, como cartão de visita ou documento pessoal. 

Leo também recomenda que o celular não seja utilizado para fotos ou navegação em aplicativos, para que, em caso de emergência, ainda haja bateria. Outro conselho é salvar o número do Corpo de Bombeiros e acioná-los caso tenha sinal de celular. 

Para repassar a localização à equipe, ele orienta que antes da ida a pessoa aprenda como encontrar o georreferenciamento e posicionamento de GPS pelo celular. 

Aos que procuram mais autonomia, o presidente da Assepavi diz que há cursos de orientação em ambiente natural, além de equipamentos específicos para orientação via GPS e dispositivos de localização por satélite, como SPOT, que possuem botões para acionar emergência ou S.O.S. 

Leo orienta que é importante ter noções básicas de orientação. Antes de entrar na trilha, o ideal é obserbar o posicionamento do local de início com base no nascer e pôr do sol, para que se retorne com base nessa orientação.

Se o terreno por onde estiver passando for diferente, a dica é buscar o ponto mais próximo onde passou. O presidente da Assepavi também aconselha que a pessoa busque trechos de riacho ou pontos de clareira, onde possa ser vista com mais facilidade pela equipe de busca.

Leo ressalta que, caso alguém esteja perdido, não se deve reunir grupo de amigos para procurar a pessoa na trilha. “O que menos se precisa é de uma nova vítima”. O Corpo de Bombeiros deve ser acionado de imediato. 

O 1º sargento do Corpo de Bombeiros de Brusque, Carlos Rodrigo da Silva, diz que independente do tipo de aventura é importante levar medicamentos pessoais, pertences com informações básicas (nome, idade, tipo sanguíneo, doenças caso possua, alergias e contato de emergência), lanterna e pilhas reservas, apito, kit de primeiros socorros, repelente e protetor solar. 

Alimentos saudáveis, água e comprimidos purificantes devem estar na mochila. A pessoa também deve prestar atenção na vestimenta. O ideal seria o uso de casaco impermeável, roupas que protejam do sol e calçado confortável, preferencialmente de cano médio ou alto. 

 

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