Em 15 encontros, com aulas sobre diversos assuntos relacionados ao meio ambiente, o projeto Sairinhas forma agentes ambientais mirins. O título é apenas outra forma de classificar cidadãos ecologicamente conscientes, que poderão propagar este conhecimento para outras pessoas.

O projeto Sairinhas é uma das principais iniciativas da Prefeitura de Brusque para contribuir com a consciência ambiental. É desenvolvido pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), tem o apoio da Secretaria de Educação e parceria com Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Chácara Edith. O nome Sairinhas é alusivo à Saíra Militar, escolhida como ave símbolo de Brusque no ano de 2009.

Sairinhas aproxima as crianças da fauna e da flora | Foto:Wilson Moreli/Chácara Edith

Deise Nara Schäfer, bióloga da Fundema e responsável pelo projeto, explica que as atividades são desenvolvidas no contraturno escolar com estudantes do quarto ano da rede municipal de ensino. 

O fato de ser no horário oposto à aula é um diferencial do projeto, pois participam somente os alunos que realmente se interessam pelo assunto. Embora seja facultativa, a participação tem crescido nos últimos anos.

Neste ano, o projeto é aplicado aos estudantes das escolas Ângelo Dognini, no loteamento Planalto, no bairro Limoeiro, e Professora Augusta Knorring, no bairro Steffen.

O diretor da Ângelo Donini, Ivanor de Mendonça, diz que a adesão dos alunos ao projeto é bastante alta. A cada dez, oito participam do projeto, e com vigor.

“Os alunos são bem motivados e gostam das temáticas abordadas, sempre voltadas à sustentabilidade e meio ambiente como um todo”, comenta Mendonça. 

Aprendizado

Os encontros do Sairinhas ocorrem principalmente na Chácara Edith, mas os estudantes também vão ao Horto Florestal e ao parque Zoobotânico. Os temas abordados nas aulas passam por várias áreas, com o intuito de formar um agente ambiental completo.

A bióloga da Fundema explica que as aulas tratam de bioma mata atlântica, ecoturismo, alimentação saudável, ecocidadania e resíduos sólidos. Esses assuntos já fazem parte da grade curricular das crianças no ensino regular, mas no Sairinhas há um diferencial: a prática.

“Eles ficam bem interessados porque é tudo novidade. Percebemos que temas abordados de forma bem complexa na escola não despertam tanto interesse, mas trabalhamos muito com prática, por isso eles ficam mais interessados, porque não fica só na teoria”, explica Deise.

Os estudantes aprendem a fazer uma composteira e um terrário. Também são ensinados a identificar algumas espécies de plantas e conhecem alguns animais nas visitas ao Zoo.

“Neste ano, nossos alunos trabalharam projetos específicos como a compostagem, reciclagem, reutilização de materiais e reaproveitamento para que os materiais e resíduos não sejam depositados de maneira irresponsável na natureza. O Sairinhas vem complementar de forma bem abrange o que a escola trabalha, pois a educação ambiental é um tema transversal”, declara Ivanor de Mendonça.

Ao final dos encontros, os alunos recebem um certificado de agente ambiental mirim em uma cerimônia na Câmara de Vereadores.

Wilson Moreli/Chácara Edith

Conscientização

O Sairinhas já formou centenas de jovens que hoje continuam a fazer a diferença. Deise avalia que o interesse pela preservação do meio ambiente tem crescido entre os jovens.

“Estou no projeto há três anos vejo que aumentou o número de alunos e eles têm muito interesse, tanto que o projeto não se apagou”, afirma a bióloga. Ela destaca que o Sairinhas só existe graças a Wilson Morelli, um dos proprietários da RPPN Chácara Edith.

O diretor da escola Ângelo Dognini diz que o Sairinhas ajuda a transformar a nossa realidade. “São sementes lançadas que com certeza tendem a germinar por muito tempo”.