Na nossa publicação da edição do dia 18 de junho de 2015, no Jornal Município Dia a Dia, de Brusque, falamos sobre o projeto Rotas do Itajaí: Aprendendo com as melhores experiências em Turismo. Antes, durante e após esta edição 2015 do projeto (assim como já aconteceu na edição de 2014), foi possível acompanhar a viagem pelo blog Rotas do Itajaí – Unifebe, http://municipiomais.com.br/. Foram muitas vivências e aprendizados em empreendimentos voltados para o turismo nas cidades de Petrópolis e Rio de Janeiro compartilhadas com os leitores do Jornal Município Dia a Dia. No entanto, é possível que alguns leitores tenham se perguntado: Por quê “Rotas do Itajaí”?

Talvez alguém tenha considerado: possivelmente porque em 1860 foi fundada a colônia “Itajahy” (leia-se Brusque), pelo Barão Maximiliano von Schneeburg, primeiro Diretor da Colônia. Colonizada predominantemente por alemães, poloneses e italianos, em 1962 Brusque teve parte do seu território desmembrado com a criação dos municípios de Botuverá e Guabiruba, que atualmente compõe a Região Turística Vale Europeu.

Outros talvez tenham considerado que o Projeto Rotas do Itajaí fosse uma homenagem ao Rio Itajaí Mirim, que nasce na Serra do Faxinal, no município de Vidal Ramos e atravessa a cidade de Brusque desaguando no Rio Itajaí-Açu, em Itajaí.

Mas, temos também o Rio Itajaí do Oeste (Westarm, ou Braço do Oeste) que nasce na Serra do Espigão, em Rio do Campo, desemboca no Rio Taió (bacia do Itajaí-açu), Alto Vale do Itajaí e, quando chega ao município de Rio do Sul (Südarm, ou Braço do Sul) soma sua água ao Rio Itajaí do Sul que, a partir de então, denomina-se Rio Itajaí-Açu. Serpenteando rumo a Itajaí, ao Rio Itajaí-Açu acrescentam-se as águas de três outros afluentes: Rio Hercílio (Nordarm, ou Braço do Norte), na divisa dos municípios de Lontras e Ibirama; o Rio Benedito, no município de Indaial, o Rio do Testo, que passa por Pomerode e deságua no Itajaí-açú, e, ainda ,o Rio Luiz Alves, no município de Ilhota. Finalmente, o Rio Itajaí Açu (Itajahy Assú) se encontra com o Rio Itajaí Mirim e, juntos, desaguam no Oceano Atlântico.

Ou seja, muitas são as rotas…assim como o Rio Itajaí recebe afluentes de muitos rios, e serpenteia e perpassa muitos municípios, assim também é a proposta do Rotas do Itajaí. Perpassar gerações…inundar suas margens…ajudar a florescer e frutificar novas plantas, novos saberes, novas oportunidades. Às vezes, é necessário identificar onde é o melhor ponto para se construir a ponte. Nestas horas, se busca o apoio técnico-científico. De acordo com o autor Rolf Odebrech, em sua obra “Cartas de Família”, a primeira ponte rodoviária construída sobre o Rio Itajaí-açu foi a – até hoje – chamada Ponte do Salto (Saltobrücke), em Blumenau. Com base em estudos técnicos, foi construída logo abaixo do Salto Weissbach, ponto considerado mais seguro e menos dispendioso, pois ali o leito do rio é rochoso e as águas, embora mais velozes, são rasas.

Em outras oportunidades, é necessário buscar o espírito empreendedor, ter sabedoria e coragem e atravessar o rio “à moda antiga”, como nos tempos em que as pontes ainda não existiam, e era necessário esperar o rio baixar e se acalmar para cruzá-lo com balsas ou, ainda, a pé, com água até o ponto de segurança.

E Jornal Município, que comemora 61 anos de existência nesta edição, também tem uma história…uma história que, a seu modo, foi construída com a história do Rio Itajaí…seja o Itajaí Mirim ou qualquer um dos Itajaís que, ao final, se unem num só rio para desaguar na imensidão do oceano. Este também é o papel da imprensa…que, muitas vezes, dita – ou auxilia – a estabelecer rotas…as rotas do aqui e agora. Mas a também as rotas do amanhã e do depois.