Venezuelanos são contratados por duas empresas de Brusque

Quase 30 pessoas trabalham no município por meio de projeto social

Venezuelanos são contratados por duas empresas de Brusque

Quase 30 pessoas trabalham no município por meio de projeto social

Refugiados de uma ditadura, 27 venezuelanos encontraram oportunidades de recomeço em duas empresas de Brusque. Uma delas, a Sancris, contratou 17 para a sua unidade de zíperes. A outra não teve o nome revelado.

O proprietário da Sancris, Ademar Sapelli, afirma que é uma oportunidade para os dois lados. “Tem uma importância social, é uma oportunidade para eles. Nosso pessoal também ganha, trocando experiência”.

O grupo de venezuelanos é formado por homens e mulheres. Eles já estão registrados com os mesmos direitos dos brasileiros e trabalhando.

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A integração deles é facilitada pelo trabalho de inserção e adaptação feito internamente. A empresa também está fazendo campanhas de ajuda. Na produção, o idioma não é empecilho. Com gestos e um pouco de esforço, todos se entendem.

Ainda que tenham sido contratados por meio do projeto Somos Todos Hermanos, os venezuelanos não terão privilégios. Sapelli explica que serão avaliados normalmente, conforme o seu desempenho.

Depois do período inicial, alguns deles podem ser aproveitados conforme a sua qualificação. Como alguns deles têm formação específica, se mostrarem “serviço”, poderão receber outras oportunidades mais elevadas.

Sapelli conta que havia muitas pessoas bem qualificadas dentre os cerca de 250 venezuelanos que vieram para o estado. Uma mulher, que estava em Balneário, por exemplo, fala sete idiomas. O empresário a orientou a procurar emprego na rede hoteleira.

Sapelli destaca que a fábrica tem funcionários de vários cantos do Brasil e não faz distinção de qualquer tipo. “Nós vemos as pessoas como profissionais”. O empresário diz que o sucesso da empresa deve-se, justamente, a essa mistura de diferentes perfis de pessoas.

Adaptação
Os venezuelanos foram contratados pelas duas companhias brusquenses por meio da Igreja Embaixada do Reino de Deus, de Balneário Camboriú. A pastora Andressa Leal Moreira, responsável por encaminhar as famílias, explica que os venezuelanos moram em Balneário Camboriú e vem todos os dias para o serviço e voltam.

Eles saem de ônibus da cidade litorânea às 10h para chegar às 14h em Brusque. Esta rotina irá durar 45 dias. Depois, se estiverem bem adaptados, eles se mudarão para Brusque, mais perto do trabalho.

A igreja continuará a dar auxílio com alimentação e outros materiais depois que os venezuelanos já estiverem em Brusque. A exceção será o aluguel, que deverá ser custeado por eles mesmos.

Brusque
O aceite das empresas brusquenses para o recebimento dos imigrantes é uma reviravolta para a prefeitura. Em julho, a Secretaria de Assistência Social respondeu negativamente ao governo do estado sobre acolher os venezuelanos no município.

Na época, o secretário Deivis da Silva alegou que os recursos da pasta já estavam destinados para outros projetos, como a construção do albergue municipal. Além disso, acolhê-los significa outras demandas, como creche, saúde e escola.

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Caso os venezuelanos contratados pelas duas empresas se instalem em Brusque, é provável que esta demanda seja transferida ao município, já que eles estão legalizados no país.

Projeto
A situação complicada na Venezuela faz cada vez mais venezuelanos se refugiarem no Brasil. O governo federal tem enviado grupos de refugiados para diversos estados para integrá-los à sociedade.

A Igreja Embaixada do Reino de Deus se dispôs a recebê-los por meio do projeto Somos Todos Hermanos. Cada família de refugiados tem um casal da igreja como tutores.

A pastora Andressa comemora que todas as 53 famílias acolhidas têm pelo menos um membro empregado. A intenção é receber mais imigrantes somente depois que esses já estejam bem instalados.

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