Dias atrás, em uma de minhas idas ao Alto Vale do Itajaí, tive o cuidado (e o prazer) de observar de forma especial, dentre outras beleza naturais presentes ao longo de todo o trajeto, o nosso Rio Itajaí Mirim, desde Vidal Ramos, município este onde se situam as nascentes até Brusque.

Fui surpreendido com vários cenários exuberantes, como a casa que pertenceu a família Stoltenberg na Praça que leva o mesmo nome, ainda em Vidal Ramos.

Sem falar no prazer que tive em conhecer pessoas simples e honestas, como o Sr. Ivo Leoni e sua esposa, D. Malva, lá na localidade conhecida como Ourinhos. Foi uma conversa muito proveitosa por sinal, onde puderam relatar suas lutas no interior na vida do campo. Não vi a hora passar!

Segui viagem e logo no Centro da cidade de Vidal Ramos encontrei a junção de dois ribeirões, o “Garrafão” e o “Santa Luzia”, cada um deles tendo suas águas brotando na Serra dos Faxinais. É ali, o ponto de partida do Rio que mais adiante vem cortar todo o nosso município.

Ao longo de seu percurso, já na localidade de Cinema, pude observar as pedras expostas em seu leito.

Descendo o Vale, o Rio vem “ganhando corpo’’, com a chegada de mais afluentes. Uma das coisas que me chamou atenção foi o baixo nível, conseqüência da forte estiagem que atinge toda SC há mais de um mês. Resultado, bancos de areia formando belas imagens. Abaixo, já em Botuverá.

Chegando a Brusque, pude perceber que toda a beleza antes observada ficou para trás. Poucos são os lugares em nossa cidade onde ainda temos o Rio como protagonista de belos cenários. Exceção de Cristalina, no Bairro Dom Joaquim, onde registrei estas lindas fotos.

Seguindo Brusque ‘’adentro’’, cada vez mais se torna explícito a ação do homem, que de forma egoísta e muitas vezes sem medir as conseqüências, vem deixando sua marca na natureza.

Bom exemplo disso são os gigantescos aterros, muitos deles, depositados em locais próximos ao Itajaí Mirim. Não é difícil perceber os impactos disso em caso de cheia. Diante disso tudo posso afirmar sem deixar margem de dúvida que se por um lado, temos todo o esforço do poder público, na execução de obras para a contenção de cheias, no outro temos o homem, indo na contramão de tudo o que foi feito nesse sentido.

Obstrução de espaços criados pela própria natureza ao longo de centenas ou até milhares de anos, destinados ao escoamento das águas numa eventual enchente é só um exemplo de muitos que eu poderia enumerar aqui. Ouço muito falar em “obras feitas”, muitos querendo assumir a “paternidade” delas, mas poucos assumindo ou admitindo essa busca desenfreada do progresso sem a devida responsabilidade e prudência. Penso que cabe uma reflexão!

(Obs: Todas as fotos acima por mim compartilhadas neste informativo, são de meu acervo, Ciro Groh)