Com seis títulos conquistados nos últimos 10 campeonatos, o Figueira do Lageado é o clube mais hegemônico do futebol amador de Botuverá atualmente. Além da comunidade engajada, o sucesso do alvinegro também é fruto do trabalho de Eliana Colombi Wietcovsky, que preside a equipe desde 2013.

O Figueira foi registrado oficialmente em 1975. Antes da instalação do atual campo, os primeiros integrantes, como Antônio Pavesi, jogavam em um campo que era um pasto durante a maioria do tempo – eles prendiam o gado no fim de semana só para jogar futebol.

A origem do nome veio da figueira enorme e antiga que ficava no campo, conta João Edemar Venzon, atualmente responsável pela parte esportiva do clube.

João explica que praticamente nasceu no Figueira, ia ao clube desde quando começou a “chutar uma bola”.

Ele chegou a disputar campeonatos e torneios com o alvinegro, mas precisou parar de jogar aos 27 anos por causa de um problema grave de saúde. Ele então procurou outras formas de continuar ligado ao esporte. “Como eu amo o futebol, não fiquei de fora. Quem gosta não consegue abandonar”.

Obstáculos superados

A comunidade do Lageado é atuante na vida do Figueira. João Edemar conta que tudo que se constrói no clube é com recurso próprio.

“Fazemos eventos como costelaço, polenta com galinha. E a gente também tem um bar que, quando tem jogos, sempre dá bastante gente. É para manter nossa estrutura, não dá para investir do próprio bolso. Apesar da pandemia, estamos dando um jeito”.

A Covid-19 atrapalhou outros planos do Figueira, como a instalação de uma iluminação melhor para dar mais condições para partidas amistosas durante a noite, o que ajudaria no orçamento.

Comemoração do título de 2019 | Foto: Divulgação

Antes da pandemia, em campo, o Figueira vivia seu melhor momento na história. Além dos seis títulos, o time terminou sempre entre os três primeiros em todos os campeonatos municipais desde 2009. Para João Edemar, o sucesso esportivo do clube vem do engajamento dos jogadores.

“A gente tenta sempre manter o time ali na ponta. Sempre procuramos aqueles que têm mais compromisso. Nosso time é quase um veterano atualmente, são quase sempre os mesmos. Vamos tentar melhorar, mas nosso time é bem unido. Temos muito entrosamento”.

Presença feminina

Há oito anos no comando do clube, Eliana Colombi Wietcovsky começou a se envolver com o Figueira desde a década de 1990, quando começou a namorar o goleiro do clube – hoje seu marido, que atualmente é também da diretoria.

Única mulher presidente de um time em Botuverá, ela conta que desde o tempo de escola gostou de futebol e que as pessoas até pegavam no pé dela por causa disso na época.

“Estive sempre envolvida, ajudava na cozinha. Em 2010, entrei como secretária do clube e, em 2013, me convidaram para ser presidente. Não imaginava, mas a experiência foi boa. Este ano vai ter eleição e pretendo sair da presidência, mas continuar no clube ajudando. No esporte amador, você tem que trabalhar de graça, mas eu gosto”.

Eliana é presidente do clube há oito anos | Foto: Arquivo pessoal

As dificuldades para administrar o clube aumentaram desde o início da pandemia em março de 2020, mas ela destaca que a comunidade ajuda bastante e consegue manter a estrutura.

“Todo mundo gostava da polenta com galinha que a gente fazia no fim do ano, e também realizamos o costelaço seis vezes. Por causa da pandemia não está fácil, mas estamos nos virando. Teve um vendaval que estragou o telhado, queda de energia que estragou o poste, mas juntamos um dinheirinho e arrumamos. O Alex (Venzon, vice) e o João Edemar sempre me apoiaram. É uma equipe boa e bem unida”.


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