Mário Gianesini cita que, entre as mulheres que ele treinou, Miriam Paloschi Colombi era uma das que tinha mais potencial. Segundo ele, ela tinha tudo para ser jogadora profissional. Atualmente com 53 anos, Miriam acredita que o que faltou para ela foi oportunidades quando mais jovem.
“Eu me destacava bastante, não tinha posição, era uma das que mais corria e batalhava em campo. Mas as oportunidades não apareceram quando eu era mais jovem. Hoje, as meninas que jogam comigo são mais novas. Eu sou a vovó, mas ainda boto elas no bolso”, conta, irreverente.
Miriam continua praticando esportes e mobilizando as colegas para jogar principalmente futsal, já que não foi possível manter o time de futebol de campo. Miriam lembra que, no fim da década de 1990 e início de 2000, elas costumavam disputar muitos campeonatos de campo e depois de suíço em Guabiruba, contra outros times da região, e conseguiram lutar entre as melhores, apesar de nunca terem conquistado um título.
“O futebol começou porque éramos amigas, inicialmente a gente jogava uma vez por semana. Por causa do Mário, surgiu a oportunidade de jogar fora, antes a gente fazia campeonatos internos. Todas se destacavam, tínhamos um time muito equilibrado”.
As meninas se conheceram no colégio, praticando outros esportes como handebol e vôlei. Depois, sob a tutela de Mário Botuverá, elas se reuniram para disputar os campeonatos de futebol de campo. Miriam lembra que o treinador era bastante exigente, mas que foi uma ótima experiência.
Mudanças
Depois de um tempo, porém, o time de futebol de campo feminino de Botuverá acabou. Miriam relata que as mulheres começaram a trabalhar, casar, ter filhos, e que isso impossibilitou que elas continuassem se dedicando. “Os campeonatos se tornaram difíceis de a gente participar. Algumas também se machucaram, a idade foi passando, e paramos com as competições de futebol de campo”.
Por demandar uma menor quantidade de jogadoras, o grupo passou a se reunir para jogar futsal e chegaram também a participar de competições. Muitas moças da formação original do time já não praticam mais o esporte e novas se juntaram, mas elas só interromperam os encontros por causa da pandemia.
“Agora, a gente joga só como passatempo. Da geração que jogava os campeonatos, são poucas as que restam. Naquela época, tinha mais incentivo, hoje tem muitos campos, mas o esporte está perdendo espaço para o celular. Mas a gente tem saudades das amizades e do esporte, e já está combinando para voltar a jogar”.
Você está lendo: – Time de futebol feminino de Botuverá disputou campeonatos fora da cidade
Leia também:
– Futebol Bergamasco: o almanaque do amador de Botuverá
– Após fusão, Águas Negras emerge com a força da comunidade
– Areia Baixa se consolida por meio da iniciativa de “filho” do bairro
– Fundado na década de 1960, Figueira venceu seis dos últimos dez campeonatos em Botuverá
– Bicampeão municipal, Flamenguinho deixa as lembranças de um tempo bom
– Com remanescentes desde a fundação, Gabiroba se estabelece como força do amador
– Famoso por torneio realizado há mais de três décadas, Grêmio mostra força da tradição
– Los Bandoleiros tem sucesso meteórico e acumula conquistas
– Pioneiro em Botuverá, Ourífico ostenta história de mais de 80 anos
– Fundado em 1940, Ourinho se orgulha de trabalho social e espírito de comunidade
– Fundador, presidente e dono do estádio: Paulo Sorer é a cara do Sessenta
– Campeão municipal quatro vezes, União deixa futebol no passado
– Vila Nova chegou a ter dezenas de sócios, mas sofre com desmobilização da comunidade
– Mais condições, menos compromisso: times de Botuverá sofrem com perda de interesse dos jovens
– GALERIA – Conheça os campos dos times amadores em Botuverá
– Atrás do sonho de serem atletas profissionais, jovens de Botuverá se aventuram pelo Brasil
– Apaixonados pelo esporte, irmãos Leoni levam o futebol nas veias
– Destaque do futebol amador, Nando foi para Botuverá quando criança e não saiu mais
– Mário Botuverá levou o nome da cidade pelo Brasil e voltou para treinar jovens
– “Gosto de viver perigosamente”: árbitro conta histórias sobre organização de torneios em Botuverá