Santa Catarina decreta situação de emergência devido à dengue
Evento aconteceu em Joinville nesta quinta-feira
Evento aconteceu em Joinville nesta quinta-feira
O governo de Santa Catarina decretou situação de emergência devido à epidemia de dengue no estado. O ato aconteceu na manhã desta quinta-feira, 21.
A cerimônia de assinatura do decreto emergencial foi realizada no Centro de Operações da Defesa Civil de Santa Catarina, na zona norte de Joinville. O decreto foi assinado por autoridades, como a governadora em exercício, Marilisa Boehm (PL), a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, e o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo).
A secretária Carmen Zanotto informou que, dos 295 municípios catarinenses, 167 estão infestados com o mosquito da dengue. Ao menos dez municípios decretaram situação de emergência, incluindo Joinville.
Carmen explica que as mudanças climáticas têm impacto no aumento dos casos. O calor associado às fortes chuvas auxilia na proliferação dos mosquitos e na eclosão dos ovos. Além disso, o governo do estado trata a dengue como um desastre climático.
Santa Catarina ocupa a nona posição entre os estados com a maior taxa de incidência da doença. Além disso, nove mortes por dengue já foram confirmadas no estado em 2024. Joinville confirmou na manhã desta quinta-feira a sexta morte por dengue no ano. As outras três mortes aconteceram em Araquari, Itajaí e Itapiranga.
Carmen Zanotto informou que Santa Catarina recebeu 29,1 mil doses da vacina contra a dengue. Uma remessa com 15 mil doses chegou em Florianópolis na noite desta quarta-feira, 21. As demais doses chegaram por volta das 11h desta quinta-feira, 22.
Segundo a secretária de Estado da Saúde, Santa Catarina recebeu doses antes do previsto. Apesar disso, o quantitativo é suficiente apenas para crianças de 10 e 11 anos. Esta faixa foi escolhida devido aos dados de internação.
A expectativa do estado é de que conforme avance a vacinação, crianças e adolescentes de 12 a 14 anos também recebam a vacina. Porém, o avanço depende da capacidade da fabricante em produzir o imunizante.
A secretária também explica que apesar da população acima dos 60 anos ser a que mais morre por dengue, a vacina não foi testada nela, por isso, este público não será vacinado no momento.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) realizará a distribuição das vacinas. Neste primeiro momento, as doses serão encaminhadas para unidades regionais de Joinville e Jaraguá do Sul.
A secretária Carmen Zanotto se reúne ainda nesta quinta-feira com secretários de saúde dos municípios contemplados para definir a distribuição de doses para cada cidade.
O prefeito Adriano Silva comentou durante o ato que o Hospital Municipal São José está com 30 pessoas internadas no momento por dengue. Na unidade hospitalar, estão disponíveis outros nove leitos específicos para pacientes com dengue.
Adriano ainda pediu mais verba ao governo do estado para aumentar o número de leitos no São José. O pedido acontece porque, segundo o prefeito, o hospital acaba recebendo pacientes de cidades da região. “Ajuda do estado se faz fundamental para continuar aumentando os leitos de atendimento”, disse Adriano.
Além disso, o prefeito citou que Joinville está entre as seis cidades brasileiras selecionadas para participar do método Wolbachia, criado na Austrália. Esse método consiste na liberação de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, formando uma nova população destes mosquitos. A Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre-amarela urbana se desenvolvam nos insetos, contribuindo para redução destas doenças.
Apesar do método, Adriano explica que é necessário ações de curto prazo também. A Wolbachia tem efeito a longo prazo e, conforme o prefeito, o efeito só deve começar em Joinville a partir de 2025.
A Prefeitura de Joinville também está estudando a possibilidade de manter unidades de saúde abertas 24 horas. A ideia é que pacientes possam ficar recebendo a hidratação nas unidades e não precisem ir para hospitais e outras unidades, o que acabaria sobrecarregando o atendimento.
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