Até o fim dos anos 80, o Lageadense acumulava sequências de maus resultados no campeonato guabirubense, de acordo com dirigentes da época. “Éramos zebrões. Quando íamos fora de casa e perdíamos de cinco, era vitória. Tinha que sair soltando foguete”, relembra o ex-presidente Cesário Martins, arrancando gargalhadas de seus ex-colegas de clube na entrevista. “Não chegávamos perto, né, Vilmar? Era zebrão. To falando a verdade!”

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“Aí pra equilibrar nós íamos no Lageado Alto, ganhava de 10, 20 do Asa Branca, vínhamos de caminhão soltando foguete”, relembra Vilmar Ebel, ex-presidente de 1997 a 1999.

Por muito tempo, foi permitido atuar com jogadores de fora de Guabiruba, o que possibilitava que clubes mais fortes, como o Guabirubense, se tornassem verdadeiras potências. Isto fazia com que a competição ficasse mais desnivelada, na opinião do ex-presidente Cesário Martins. “Eles buscavam gente de Brusque, que jogavam todos no Guabirubense. Gente que jogava no Guarani, era um timaço, vinha pra cá”, ressalta Martins.

Os técnicos Osnildo Westarb e Gilberto Batschauer exibem o troféu | Foto: Lageadense/Arquivo

Após 14 anos de dificuldades dentro de campo tanto no campeonato municipal quanto no da Associação de Futebol Amador de Futebol de Brusque e região (AFAB), o time conseguiu o tão sonhado título, em uma temporada fora da curva. O ano que gravou o Lageadense na história do futebol de Guabiruba e que deu ao clube o rótulo de time forte foi 1992.

O Lageadense fez um campeonato impecável. Osnildo Westarb e Gilberto Batschauer eram os técnicos. Jailson Pollheim, filho do craque Pedro Pollheim, foi determinante para buscar o troféu que o pai não pôde levantar enquanto jogador.

“Nossas pretensões nunca eram muito grandes, visto que era um time que contava apenas com jogadores do bairro mesmo. Neste ano, entretanto, tínhamos esperança porque contávamos com uma equipe fortalecida pela presença de atletas de outros bairros”, lembra o ex-centroavante, que foi vice-artilheiro da competição, com 17 gols, um a menos que seu parceiro no ataque, Nilton. Em 1991, 27 dos 35 gols do time no campeonato foram dele.

Jailson tinha 24 anos quando conquistou o título. Jogou de 1986 a 2004, quase sempre no Lageadense. Também passou por Olaria, Continental e Santo Antônio nas competições em que o time do seu bairro não participou.

Em 1992, a mescla de jogadores de Lageadense, Olaria e Santo Antônio foi o diferencial em relação a outros anos, na opinião do ex-atacante, que já vestiu as camisas 7, 9 e 10. De acordo com sua memória, São Pedro, Dez de Junho, Guabirubense, Olaria, Continental e Pomerânia foram alguns dos adversários.

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A final, em jogo único, foi contra um adversário bastante tradicional no futebol guabirubense: o Cruzeiro. No estádio do hoje desativado Guabirubense, no Centro, o Lageadense enfim triunfou.

“Foi bom ter conquistado o título. Durante todo o percurso íamos bem. Era difícil competir com os times do centro, que tinham os melhores jogadores da região”, relata.

Em pé: Ade, Nene, Valério, Baiano, Vivi, Levi, Vânio, Cesar, Cesário, Osnildo, Beto e Adário. Agachados: Valmir, Tito, Reinaldo, Ducha, Nilton, Márcio, Jailson, Neco, Pizza e Paulinho | Foto: Lageadense/Arquivo

Outros esportes
A partir de 1993, Começaram a surgir outras modalidades no Lageadense, como dominó, bocha e futebol feminino, que disputavam campeonatos municipais. Contam os membros do Lageadense que o time foi o primeiro campeão de futebol feminino de Guabiruba, em 1997. Ainda nos anos 90, foram conquistados também títulos em bocha e dominó.


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– Paixão oficializada
– Os últimos jogos
 De volta entre os grandes
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