No bairro São Pedro, em Guabiruba, afastada da agitação urbana e escondida no meio da floresta, há uma casa singular que então parece ter saído de um conto de fadas.

*Confira a galeria de fotos no fim desta edição

É ali, na rua Luis Baron, ao final de uma estrada não pavimentada e precária, que vive Altair de Farias, um homem de 63 anos que decidiu, há mais de uma década, trocar o conforto da cidade pelo silêncio e a simplicidade do campo.

Altair, um carpinteiro aposentado, também domina os ofícios de pedreiro e eletricista.

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Altair então contempla o céu, cercado pela serenidade de um mundo onde a natureza dita o ritmo/Foto: Ciro Groh/O Município

Inovação em Guabiruba

Aproveitando suas habilidades, em 2014, ele então decidiu colocar à prova seus conhecimentos e construiu a própria casa.

Sua moradia, cercada por árvores frondosas e embalada pelo som constante de um riacho, é abastecida com energia elétrica de forma criativa.

Para isso, uma roda d’água foi instalada no curso do riacho, gerando eletricidade suficiente para suas necessidades básicas.

Além disso, Altair conta com uma placa solar, que permite o funcionamento de alguns eletrodomésticos essenciais e o sistema de aquecimento de água para higiene pessoal.

“Isso é tudo que preciso”, diz ele, com um sorriso tranquilo.

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Escondida na mata, a casa de Altair então reflete harmonia com a natureza, abastecida por sua engenhosa energia solar/Foto: Ciro Groh/O Município

Vida sem luxos 

Viver longe da civilização exige desapego, mas também proporciona uma liberdade que poucos experimentam.

Para Altair, a ausência de luxos é compensada pela paz encontrada no canto dos pássaros e no som incessante da água corrente.

“Não troco isso por qualquer luxo da cidade pois aqui, tenho tudo o que preciso e, principalmente, tenho paz”, afirma com convicção.

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Altair em seu paraíso rural, cercado pela serenidade da mata que chama de seu pequeno mundinho/Foto: Ciro Groh/O Município

Tesouros de Guabiruba

O que torna o pequeno mundo de Altair ainda mais fascinante é sua coleção de objetos antigos, que ele carinhosamente chama de ‘muambas’.

A casa, por dentro, é um verdadeiro museu.

Máquinas de escrever que remontam há décadas passadas, bicicletas antigas, carros clássicos e outros itens raros estão por toda parte, cada um com uma história única.

“Tudo isso tem valor para mim porque são coisas que o tempo não levou. Elas carregam memórias”, explica, enquanto mostra orgulhoso suas relíquias.

Apesar de viver sozinho, Altair não se sente isolado. O convívio com a natureza e a tranquilidade do lugar proporcionam uma vida plena.

Para ele, o que muitos consideram uma vida simples é, na verdade, um privilégio.

“Aqui, sou livre. Não tenho pressa, não tenho trânsito, e o único relógio que sigo é o sol”, descreve ele, com os olhos brilhando de emoção.

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Preciosas muambas de Altair, histórias sobre rodas em meio à natureza/Foto: Ciro Groh/O Município

Viver com simplicidade

A história de Altair é um exemplo de como, às vezes, a felicidade não está no que possuímos, mas no que decidimos deixar para trás.

Ele é uma inspiração para aqueles que buscam simplicidade em um mundo tão acelerado.

Afinal, não é qualquer um que teria coragem de trocar a comodidade pelo desafio de viver do próprio esforço, no meio do nada; ou melhor, no coração da natureza.

*Confira a seleção de fotos mais adiante


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Refúgio de Guabiruba em fotos

Para encerrar esta pauta e proporcionar uma visão mais vívida desta narrativa, convidamos você a conferir uma galeria de imagens retratando a vida simples de Altair em sua morada no coração da floresta.

As imagens a seguir capturam a essência do seu dia a dia e a tranquilidade que ele então  encontrou no meio da natureza.

*Créditos: Ciro Groh/O Município >>

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