A chegada de Brusque à marca de 100 mil veículos emplacados não tem participação só dos veículos de quatro rodas. Pelo contrário, os de duas rodas – motocicletas e motonetas – representam hoje um quarto da frota total.

Tratam-se de 17.870 motocicletas e 7.279 motonetas, que juntas compõem o número total de motos emplacadas em Brusque: 25.149, quantidade correspondente a 25% da frota, registrado em abril.

A diferenciação entre elas, segundo a legislação de trânsito brasileira, é bastante simples. A motocicleta é o veículo guiado pelo condutor em posição montada. A motoneta, por sua vez, é guiada pelo condutor em posição sentada.

Assim como a venda de automóveis, a de motos também apresenta crescimento anualmente. Nos últimos cinco anos, por exemplo, a frota de motos aumentou 13,2% em Brusque, com elevação média de 2% a 4% ao ano.

A demanda, porém, já foi bem maior, tendo seu ápice de vendas entre os anos de 2004 e 2008. Nessa época, os emplacamentos cresceram sempre acima de 10% ao ano.

Para se ter uma ideia, em abril de 2013 havia 9,5 mil motos em circulação em Brusque. Em abril de 2008, quatro anos depois, eram 18,5 mil, quase o dobro.

Da mesma forma que os carros, as motos também foram alvo da crise de 2008, que derrubou as vendas e, desde então, o maior crescimento anual foi de 5,88%, em 2009.

Crescimento no número de emplacamentos


Evolução da venda de motos em Brusque

A grande quantidade de motos no município – um em cada quatro veículos em circulação – é, na avaliação de especialistas, decorrente da agilidade que o meio de transporte proporciona, em tempos em que o trânsito está cada vez mais truncado.

Ademir Antônio Saorin, presidente da Fenabrave-SC, analisou os dados de emplacamentos de veículos a pedido de O Município e, na sua visão, trata-se de uma escolha pela mobilidade em vez de comodidade.

“O automóvel transporta a família, mas a motocicleta é um meio muito mais rápido de locomoção, e também com grande economia”, avalia.

Maicon Bertolini, instrutor de pilotagem e gerente de vendas da Mega Motos, única concessionária de motos autorizada de Brusque, destaca também a economia que o veículo gera, tanto no combustível quanto na passagem de ônibus economizada por quem se locomove em moto.

Porém, o principal fator de crescimento, para ele, é sem dúvida a dificuldade em mobilidade urbana da cidade.

“A nossa cidade hoje não tem estrutura para novas ruas. A gente teve o problema recente da ponte Arthur Schlösser, que foi interditada. Imagine se essas 25 mil motos fossem 25 mil carros. O trânsito parava”, afirma.

A cada quatro veículos circulando em Brusque, um é motocicleta ou motoneta | Foto: Marcelo Reis

Bertolini avalia que está havendo uma transição de carro para moto por parte de muitas pessoas, que não estão mais conseguindo rodar com celeridade com automóvel, assim como aqueles que não têm mais condições de manter as caras despesas de manutenção de um carro.

Segundo ele, há muitos clientes que são apaixonados por motos, que não as utilizam para o trabalho, mas somente para lazer. No entanto, a grande maioria busca a moto por motivos econômicos.

Por falta de condições de manter um carro, as pessoas os vendem e compram uma moto, que é mais barata, utilizando o dinheiro que sobra para outras despesas.

Preto e vermelho são, há décadas, as cores preferidas. O gerente de vendas diz que, por tradição, as duas cores tem permanecido no mercado mais tempo, enquanto outras acabam por voltar à moda apenas de tempos em tempos.


Modelos mais populares

Conforme o gerente de vendas da Mega Motos, três modelos são líderes em vendas em Brusque, sobretudo por causa do conforto e economia, a Biz, a CG Titan e a Bros. Tratam-se de motos que já vêm com três anos de garantia e diversas trocas de óleo gratuitas, o que acaba por atrair mais compradores.