Cenário de muitas fotos, vídeos e materiais publicitários, a casa da família Kohler é a mais famosa de Guabiruba. Seus belos jardins floridos e o cuidado que se tem com a manutenção dão a impressão de que a casa foi recém-construída.
Com tijolinhos manchados de cor predominantemente clara, madeiras pretas e as janelas e portas em um tom suave de verde, o belo exemplar enxaimel da rua Pomerânia enche os olhos dos visitantes.
Construída em 1940 por Carlos e Stela Regina Kohler, a casa serviu de moradia para os 13 filhos do casal. Todos já eram nascidos quando foi construída, o filho mais novo, Egon, tinha um ano quando a família se mudou para o local.
Seu Herbert Kohler, 91 anos, um dos cinco filhos vivos de Carlos e Stela, lembra que ajudava o pai durante a construção da casa enxaimel.
“Eu tinha uns 12 anos quando fui morar na casa. Lembro que a gente ajudava na construção, na mão de obra. Primeiro ajudava na roça, plantando mandioca e depois ia para a obra da casa”.
As madeiras usadas eram das próprias terras da família. Seu Herbert conta que eles cortavam as árvores e levavam os troncos para a serraria onde faziam as peças. Os tijolos também eram da cidade. Foram feitos em uma olaria que funcionava na mesma rua. A madeira de canela e peroba usada para fazer o assoalho da casa também veio das terras da família.
Há 79 anos, a casa possui as mesmas características. Ao longo dos anos, algumas intervenções foram realizadas para mantê-la em boas condições, entretanto, os detalhes que a tornam única foram preservados.
A casa possui três quartos, uma sala de visitas, uma sala de jantar, cozinha com fogão a lenha, sótão, dois quartinhos e varanda. Um puxadinho de madeira foi construído posteriormente, onde hoje está também o banheiro, já que naquela época não existia sanitário dentro de casa.
O sustento da família vinha da agricultura. Plantavam de tudo, mas o dinheiro sempre foi curto. Herbert lembra que em um ano em que a plantação de mandioca não foi suficiente, o pai lhe autorizou a arrumar emprego. “O pai disse que se eu quisesse arrumar emprego para um dia fazer uma casa eu podia porque ele não tinha dinheiro para ajudar”, lembra.
Herbert, então, foi trabalhar com os irmãos Paulo, Alois e Érico, que fundaram, posteriormente, a Kohler e Cia. “Eles moravam em casa ainda e perguntaram se eu queria aprender. Eu tentei e fiquei lá a vida toda, 65 anos trabalhei lá”, diz.
Um a um, os filhos de Carlos e Stela foram tocando a vida e saindo da casa. Herbert viveu ali até 1957, quando casou.
Quem ficou na casa foram os filhos Pedro e Maria. Ele viveu no local até falecer, em 2011. “O tio Pedro não casou e não teve filhos. Ficou cuidando do opa e da oma. No final teve problemas de saúde. Meu irmão Martinho que levava ele sempre nas consultas e então antes de morrer, deixou a casa para ele”, conta Jorge Kohler, um dos filhos de seu Herbert.
Após a morte de Pedro, a casa ficou vazia. Os móveis continuam todos lá. Alguém da família sempre está lá para zelar pelo patrimônio histórico. Atualmente, se preparam para mais uma reforma no local.
“O tio Pedro sempre mantinha ela, fazia o necessário e agora já está na hora de uma nova manutenção. Estamos nos programando para isso”, observa Jorge.
Herbert mora junto com o filho Jorge, na mesma rua, a poucos metros da casa que viveu com seus pais. Na memória, as lembranças ainda permanecem vivas e o local representa o símbolo da história da família.
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