As casas enxaimel podem se transformar em um importante instrumento para desenvolver o turismo de uma cidade, pois além de chamar atenção pela sua beleza, também são carregadas de história.

Em Guabiruba, as 19 casas que restam ainda não são exploradas turisticamente. Aos poucos, entretanto, a prefeitura planeja torná-las mais um atrativo para o município.

O diretor de Turismo de Guabiruba, Andrei Muller, destaca que até pouco tempo quase não havia informações sobre essas edificações, porém, ao longo dos últimos dois anos, a prefeitura começou a reunir alguns dados.

O principal projeto deve sair do papel em breve. Aproveitando a revitalização de duas importantes ruas do município: Guabiruba Sul e Prefeito Carlos Boos, a Diretoria de Turismo deve iniciar um trabalho mais forte em relação às edificações.

“O Planejamento procurou o Turismo para dar ideias que contribuíssem para a personalização dessas vias. Então lembramos das casas enxaimel, principalmente na rua Guabiruba Sul, onde ainda existem várias”.

Como as duas ruas terão as calçadas padronizadas, a intenção é que em frente aos exemplares enxaimel seja colocado um material diferenciado, indicando que ali existe uma arquitetura histórica.

“Também vamos colocar placas na Casa Ullrich, que fica no Holstein e é tombada pelo Iphan, e na Casa Kohler, na Pomerânia, que já são mais conhecidas. Mas nada impede que todo esse trabalho seja feito nas outras casas, com a permissão dos proprietários”.

Principal projeto para essas construções deve sair do papel em breve | Foto: Bárbara Sales

A presidente da Associação Visite Guabiruba (Avigua), Rosemari Glatz, destaca que a entidade também sugeriu pequenas ações aproveitando a revitalização das duas vias para valorizar as casas enxaimel.

“Sugerimos que os pontos de ônibus ao longo das duas vias sejam edificados lembrando o enxaimel, que as lixeiras também venham com um conjunto que remeta à técnica. E em algumas casas, onde as famílias permitirem, que seja feito um pequeno recuo na calçada e colocada uma placa falando sobre a história daquela casa, daquela gente”.

Rosemari lembra que as construções enxaimel são um grande atrativo turístico em várias cidades, como Pomerode, e que em Guabiruba há um grande potencial para explorar este segmento. “Esse conjunto de elementos resguarda o passado, conta sua história e turisticamente é muito interessante porque através de elementos físicos se consegue conhecer um pouco daquela gente. Em Pomerode, a Rota Enxaimel é um diferencial para captar recursos de financiamento”.

A presidente da Avigua afirma que em Guabiruba o senso de preservação é muito mais aguçado do que Brusque e que, com isso, a cidade pode ser beneficiada a longo prazo.

“Durante mais de 100 anos Guabiruba foi um bairro de Brusque e ali eles se preservaram em todos os sentidos: na culinária, na língua, nos costumes, em vários elementos de sua história. O fato de existirem ainda 19 casas enxaimel espalhadas pela cidade pode ser muito bom para o turismo no futuro”, finaliza.


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– Introdução
– Herança alemã
– Tombamento no papel
– Casa Missfeldt
– Casa Baron I
– Casa Fuckner
– Casa Schirmer
– Casa Ullrich
– Casa Schäfer
– Casa Rothermel
– Casa Kohler
– Casa Becker
– Casa Scharf
– Casa Schlindwein I
– Casa Schlindwein II
– Casa Kistner
– Casa Riffel
– Casa Gums I
– Casa Gums II
– Casa Suavi
– Casa Schweigert
– Casa Baron II