Ari Vequi foi eleito vice-prefeito com o papel definido de articulador com o governo do estado. Integrante dos governos de Luiz Henrique da Silveira, ele mantém até hoje laços com a Casa d’Agronômica.
Na avaliação de Vequi, o primeiro ano foi complicado porque a prefeitura vinha de três administrações em pouco tempo.
Ele cita várias obras como a prioridade para este ano e já avisa que pretende concorrer nas eleições de outubro.
Papel de vice-prefeito
“Num primeiro momento, eu tinha a missão de buscar recurso, quando o quadro político era outro porque o candidato era outro [Ciro Roza, que abandonou o pleito por problemas judiciais].
Fiquei com o papel de acompanhar o doutor Jonas e fazer a mediação com o governo do estado e o federal. Acho que evoluímos porque conseguimos solucionar vários problemas com obras.
Por exemplo, fomos recebidos pelo próprio presidente da República, que naquela oportunidade liberou dinheiro a fundo perdido para a ponte Arthur Schlösser. Importante ressaltar que devolveremos R$ 84 mil.
Porque as mães e os pais quando nos mandam ao mercado pedem o troco. Então, pela primeira vez na história estamos devolvendo voluntariamente. Não se fabricou notas nem nada.
Da mesma forma, com relação ao Avançar Brasil, estamos com o financiamento dos quase R$ 24 milhões para a Beira Rio. Que possamos ainda em 2018 aprovar o projeto na área técnica e licitar a obra da margem esquerda do rio Itajaí-Mirim.
Também conseguimos recuperar a rua Nova Trento, que estava parada desde 2014. Não havia nenhuma prestação de contas aprovada pelo governo do estado.
Consegui, com muito trabalho, aprovar a primeira e fazer a segunda prestação de contas no BRDE para receber a terceira parcela. Da ponte do Rio Branco, faltava receber uma parcela de R$ 1 milhão e a obra está na fase final.
O grande problema foi que a ponte estava abaixo da cota do rio, então há necessidade de um canal extravasor e a continuidade da avenida do outro lado, que tem seis metros.
Tudo isso não foi planejado, quando falam em planejamento, o que é isso? Uma ponte quase um metro a menos do que a cota de enchente, além disso não previa que a avenida estava em seis metros e a ponte, em oito.
Já começamos a rua Octaviano Rosa, que está sendo executada. Já executamos a avenida Beira Rio no Santa Terezinha, próximo a um quilômetro, se contar com o asfaltamento da Unifebe, em parceria com a instituição.
O canal extravasor está sendo executado, que vai levar até o limite com Itajaí. São quase 4 km. Eu tive que mudar tudo, começando pela Câmara de Vereadores, para ver a desorganização.
PAC e outras obras
“Encerramos o contrato e recontratamos a empresa do PAC da Nova Brasília. Uma obra de mais de R$ 2,7 milhões. E a licitação da Bacia Sete de Setembro, que envolve a Osvaldo Heil e a João Heil, já está pronta. Essa obra no valor de R$ 1,9 milhão.
Desde o início do mandato tentamos alocar recursos para recomeçá-las. Todos os PACs de Brusque estavam na mão de uma única empresa, que estava executando mal e, depois de muita briga, conseguimos encerrar o vínculo.
Também recuperamos o projeto para a pavimentação das ruas Sete de Setembro e Santos Dumont, uma obra de R$ 2,5 milhões. Ali foi mexido na rede do Samae para a troca da rede amianto pela de PVC.
Outra obra muito importante que liga Brusque a Itajaí é a rua Abrão Souza e Silva, obra de quase R$ 4 milhões que deve começar em janeiro.
O projeto da praça do Centro já está pronto e falta apenas a Caixa Econômica. O dinheiro de R$ 250 mil é de uma emenda parlamentar do deputado Peninha. O dinheiro não dá pra tudo, dessa forma, a União também participará dessa obra.
A rua Padre Antônio Eising é uma novela antiga de vários governos. Tivemos que começar a obra do zero. O convênio do governo do estado é no valor de R$ 1,1 milhão. Em 2017, recebemos R$ 250 mil, mais R$ 100 mil de contrapartida, então temos em caixa R$ 350 mil para a obra, que será iniciada em janeiro na frente do seminário.
Faremos tubulação de R$ 1,20 m para retirar a água. A obra foi licitada novamente com projeto novo no valor de R$ 3,1 milhões, são R$ 1,1 milhão do estado e R$ 2 milhões de contrapartida do município.
O projeto da Limeira Alta está sendo recuperado com a Caixa Econômica. É uma obra de R$ 10 milhões. Queremos aprová-lo na Caixa no primeiro semestre.
É um projeto com vários problemas. Esses projetos foram contratados fora e mal avaliados na entrega.
Por exemplo, o projeto prevê calçadas dos dois lados na Limeira Alta, o que é impossível. Há requisitos da Caixa, concordamos, mas há locais onde não tem como fazer dos dois lados.
Temos que executar neste ano parte da Serrinha, que a Caixa está cobrando. Estamos tentando com a bancada parlamentar catarinense, com o deputado Venzon, também viabilizar a obra de Águas Claras, no Elizeu Rudolfo.
Ali há necessidade de drenagem e de pavimentação, não dá para colocar calçamento de novo. Estamos tentando uma emenda estadual para podermos, pelo menos, apresentar o projeto e licitá-lo.
Se a construção do novo shopping acontecer, queremos executar embaixo da ponte do Maluche, para podermos levar a Beira Rio a montante. Temos a ideia de chegar à nova ponte, mesmo sem recurso nenhum começaremos a obra com recursos próprios.
Temos que fazer pelo menos o contorno viário na região da Apae.
Temos que reavaliar todo o projeto da Primeiro de Maio, que está parado. É uma obra complicada, com escavação acima de seis metros no início, e engenharia não recomenda escavação nessa altura porque pode dar problema, como no PAC do Santa Terezinha.
Avenidas Beira Rio
“Fizemos uma previsão ao governo do estado de R$ 10 milhões, para que nos libere pelo Fundam. Pavimentaremos toda a margem direita, ligando aos elevados em frente à Irmãos Fischer, na Antônio Heil.
Os R$ 3,5 milhões do estado foram para a abertura do canal até a divisa com Itajaí. Já a pavimentação será de 3,3 km, mais o 1 km já feito e a entrada da rodovia, perto de 4,5 km. Se tudo der certo, até o final de 2018, já teremos um novo acesso a Brusque”.
Folha de pagamento
“Chegou a hora do servidor público dar a sua parte. A população já deu está na hora de nós, servidores, darmos a nossa parte. Não há mais como diferenciar o serviço público da iniciativa privada.
Se for pegar os dados de aposentadorias, é muito maior no setor público. Está na hora de termos consciência de que precisamos dar a nossa parte e começa por aqui. O município tem que mexer nessa situação.
Os servidores da nossa cidade prestam um grande serviço. Mas na questão salarial temos que repensar, para colocar mais servidores na ponta e tirar os da área do meio. Que a gente consiga criar algum tipo de incentivo para enviar os servidores com idade para aposentadoria.
Falo para os vereadores que precisamos levar a folha para 51,3%. Não queremos tirar direito, por exemplo, podemos mudar de anuênio para triênio, não diminui o ganho e pode ganhar mais no fim da carreira.
Reforma administrativa
“Já fizemos a reforma, mas não mandamos para a Câmara. Faremos esse processo de fusão virar legal, no papel. Aquilo que pregamos na campanha. Mantivemos a prefeitura com 200 comissionados, e são mais de 25 servidores que ocupam funções remuneradas. Defendo essa tese, porque você faz um histórico dentro da prefeitura”.
Eleições 2018
“Várias decisões da minha vida pública não foram só minha, mas também do partido. Claro que tenho interesse em disputar as eleições.
É uma vontade do meu grupo, dos partidos que estão conosco. Contamos com vereadores do PP, PSD, DEM, PRP e PSB. Tem um pequeno grupo de oposição.
O PMDB com certeza terá candidato a governador. Havendo interesse no meu nome para deputado federal ou estadual, participarei. Não que seja uma imposição.
Acho que a melhor saída seria ter um candidato só na cidade, mas não podemos tirar os outros. um número grande de candidaturas pode prejudicar muito a cidade.
Não gostaria de disputar a eleição só para participar. Eu gostaria de disputar se houvesse alguma possibilidade de eleição. Senão, continuo como vice-prefeito e devo disputar a eleição de prefeito”.
2017
“Recebemos uma prefeitura sucateada, com poucos equipamentos funcionando. Depois, tivemos o problema da cheia. Outro problema foi a descontinuidade das administrações, que mudaram muito.
Isso levou 2017 a ser um ano de reorganização, seja na estrutura, mas também nos projetos. Tivemos muita dificuldade com estado e Caixa Econônica por falta de continuidade, projetos mal elaborados e empresas desistindo de obras.
Isso nos fez reprogramar obras como a da Bulcão Viana, que começou em dezembro e janeiro teve que ser reprogramada. O mesmo para Nova Brasília, de 2013, que teve que refazer projeto e reprogramar.
Na Limeira, foram feitas drenagem na Alberto Muller e também no Cirópolis, onde caíram galerias. A rotatória de Dom Joaquim também foi feita em parceria com os empresários.
Ruas também foram pavimentadas em parcerias com a comunidade. A rua Anna Heil, por exemplo, nós não recebemos, o dinheiro já foi pago, mas nós fizemos.
Esse ano devolvemos R$ 600 mil para a família Hoffmann, e vamos devolver o terreno com uma infraestrutura que não fomos nós que acertamos, mas temos que pagar. Se fizermos certo, não ficará dívida para o futuro.
Fazendo a coisa certa, vamos avançar muito neste ano. O que não foi acertado vamos acertar. Temos prioridades claras nos financiamentos. Não conseguimos fazer em 2017 porque pegamos uma administração que vinha de três mãos. Ainda assim, conseguimos fazer muito e chegamos a um final de ano realizador”.