Entre as bandeiras do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque para 2019 está a luta contra a reforma previdenciária. De acordo com o coordenador da entidade, Jean Carlo Dalmolin, os trabalhadores não estão sendo considerados nas mudanças que o governo federal pretende fazer na aposentadoria.

Dalmolin destaca que 2018 foi um ano de mudanças e adaptações para os sindicatos que tiveram de planejar toda sua estrutura devido ao fim da cobrança do imposto sindical obrigatória dos trabalhadores.

Para 2019, ele acredita que as entidades representantes dos trabalhadores devem se unir ainda mais, principalmente, por não concordarem com algumas ideias do novo governo federal.

Principais ações
Jean Carlo Dalmolin diz que entre as principais ações do Fórum Sindical em 2018 esteve a visitação e vistoria da entidade em alguns postos de saúde do município.

De acordo com ele, a pauta da saúde é um dos assuntos mais abordados nas reuniões e as ações na área devem ser intensificadas neste ano.

“Esse ano fizemos visitas nos postos da Limeira Baixa, Limeira Alta, Santa Terezinha, Bateas e Steffen. Levantamos diversos problemas na saúde e fizemos as visitas com base nas reclamações dos nossos sócios que precisam do serviço público e, muitas vezes, não conseguem”.

Além das visitas, foi criada uma comissão de saúde para a negociação de convênios médicos e odontológicos para os associados. 

Fim da contribuição sindical obrigatória
Jean Dalmolin diz que o fim da contribuição sindical obrigatória, aprovada junto com a reforma trabalhista em 2017, afetou não apenas os sindicatos laborais, mas também os patronais.

“Com o fim da contribuição acabou dando uma peneirada, separando os bons dos ruins. Mas vemos que muitos sindicatos já fecharam subsedes em Santa Catarina, o que acaba prejudicando o trabalhador”.

O coordenador do Fórum lembra que a contribuição passou a ser optativa e, por isso, enfraqueceu os sindicatos em todo o país. “Diante disso, estamos tentando buscar outras formas de arrecadação para manter os nossos serviços”.

Ele destaca que no ano passado foi realizada uma compra coletiva de material escolar entre cinco sindicatos integrantes do Fórum, com o objetivo de reduzir custos, parceria que será mantida neste ano.

Prioridades do fórum
Dalmolin diz que a prioridade do fórum é lutar contra a reforma previdenciária. “Não queremos que aconteça de jeito nenhum”.

Ele afirma que já é difícil para os trabalhadores que ganham R$ 2 mil, R$ 3 mil conseguirem aposentadoria e se a reforma for aprovada, ficará ainda mais complicado.

“Assim como a reforma trabalhista, a previdenciária está sendo feita sem os trabalhadores. Estão escutando só o lado patronal, dos grandes banqueiros. Foi provado na CPI da previdência que não tem rombo. O grande problema hoje são as sonegações, as grandes isenções e as grandes aposentadorias. No Brasil, mais de 80% são aposentados com um salário mínimo, e ainda querem tirar de mais pessoas”.

Expectativa para os novos governos
Jean Dalmolin espera que os governos de Carlos Moisés e também de Jair Bolsonaro não cedam à velha política e realmente promovam as mudanças prometidas durante a campanha.

No governo estadual, o sindicalista diz esperar melhorias na educação, principalmente na estrutura das escolas João Boos, em Guabiruba, Osvaldo Reis e Araújo Brusque, em Brusque, que estão em situação precária. “Esperamos que o novo governador olhe com bons olhos para nossa cidade”.

No governo federal, Jean diz que espera que o presidente eleito governo para todos. Entretanto, tomando como base a equipe montada por Jair Bolsonaro, o sindicalista diz que será um governo difícil para os trabalhadores.

“Se depender de tudo o que foi divulgado pela equipe do novo presidente relacionado aos trabalhadores e sindicatos, inclusive com o fim do Ministério do Trabalho, não estamos com expectativa de fácil diálogo”.

Dalmolin diz ainda que existe uma movimentação para dividir os trabalhadores entre formais e informais, com mais direitos e menos direitos. “Também reprovamos essa ação já anunciada pela equipe do novo governo, a adoção de duas formas diferentes de contratação formal, caracterizando a divisão entre trabalhadores, que se diferenciam pelo nível de precarização entre eles, já é uma maneira de tentar dividir as pautas de luta do movimento sindical”.

Avaliação do governo Jonas
Jean Dalmolin reconhece as dificuldades em se comandar uma cidade do porte de Brusque, principalmente após a descontinuidade de três governos, entretanto, ele diz que o governo do prefeito Jonas Paegle deixou a desejar nos primeiros dois anos de mandato.

“O governo do Dr. Jonas ainda não caminhou da forma que a população espera. Sabemos que não se teve uma continuidade de mandato, por isso, entendemos. O primeiro ano de mandato é para colocar a casa em ordem, depois disso não se tem mais desculpa para não trabalhar pela população”.

O presidente da entidade sindical diz que já foram feitas diversas reuniões com o governo municipal e que o diálogo entre a prefeitura e o Fórum acontece de forma satisfatória, porém, a população quer ver obras. 

Dificuldades com o INSS
O sindicalista diz que uma das principais dificuldades da entidade em 2018 foi o contato com a agência do INSS de Brusque. Dalmolin destaca que desde março de 2018 se tenta agendar uma reunião para falar sobre os problemas de atendimento no município e até agora nada foi feito.

“Está bem dificil o atendimento aqui na nossa unidade. Não dá certo o agendamento online, nem a central 135. Temos ouvido muita reclamação e esperamos que em 2019 Brusque possa ser melhor atendido no INSS”.