Halisson Habitzreuter inicia em 2019 seu último ano à frente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr). Por força de estatuto, o empresário não pode se reeleger e após a conclusão de seu mandato, fará parte do Conselho Deliberativo da entidade. A eleição da diretoria da Acibr será no mês de outubro.

Além da mudança de comando da entidade, 2019 também será marcado pelo início de um novo governo federal e estadual. Habitzreuter está bastante otimista com relação ao futuro e acredita que se as reformas política e previdenciária avançarem, assim como a continuidade da reforma trabalhista, abrirá novas possibilidades de desenvolvimento para o país.

Na região, Habitzreuter diz que o ano será de continuidade das ações que a Acibr já realiza. A cobrança para o término da duplicação da rodovia Antônio Heil, início da barragem de Botuverá, além da construção da terceira subestação da Celesc em Brusque serão as principais bandeiras da entidade que, ainda, elenca a melhoria da segurança pública como prioridade.

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Ações da Acibr em 2018
Habitzreuter diz que 2018 foi um ano de muito trabalho para a Acibr, já que várias ações foram realizadas não só pela diretoria, mas também pelos diversos núcleos da entidade. De início, o presidente da Acibr lembra da regulamentação do comércio ambulante de alimentos na cidade, que foi uma reivindicação da entidade junto com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Sindilojas.

“A regularização mudou a forma de trabalho desses profissionais, mas ainda tem mais a ser feito, principalmente a questão dos ambulantes que vendem outros produtos. Continuamos trabalhando para isso”.

Halisson também destaca como uma das principais ações da Acibr a reestruturação do Conselho das Entidades. “No decorrer do ano foram várias reuniões que culminaram com a entrega de um documento com as nossas reivindicações para os candidatos da nossa região. Alguns eleitos também receberam esse documento, como a Ângela e o João Amin, e vamos cobrar nossos pleitos”.

Ao longo do ano, a Acibr também foi fundamental para a regularização dos convênios entre a prefeitura, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. O Fundo e auxílio para as corporações foi considerado inconstitucional pelo Ministério Público e, por isso, foi necessária a reestruturação.

“Não tivemos outra alternativa senão a extinção do Fumpom e Funrebom, mas em parceria com as entidades conseguimos uma alternativa e ainda, com repasse estendido à Polícia Civil. Vai ajudar e muito na qualidade da segurança pública. Conseguimos resolver de forma satisfatória essa situação e vamos continuar fiscalizando e cobrando para que os repasses sejam cumpridos”.

O presidente da Acibr também destaca a criação de dois núcleos novos na entidade: o de malharias e o de beneficiamento têxtil. “É mais um segmento que vai contar com o benefício do associativismo, essa força, que conseguimos gerar quando empresas do mesmo segmento atuam unidas”.

A situação do catálogo de inventário do patrimônio histórico de Brusque também foi destaque na entidade. Em outubro, a diretoria fez uma reunião exclusiva para tratar sobre o tema.

“Precisamos debater essa evolução no catálogo. Entendemos que o patrimônio deve ser preservado, mas precisa de regras claras. Não é porque é casa velha que é patrimônio histórico. Tem que ter uma história, um motivo para ser assim considerada, se não é somente uma casa velha, que trava o desenvolvimento. Nós, como entidade, temos que defender o desenvolvimento econômico”.

Otimismo com novo governo
O presidente da Acibr diz que está bastante otimista com os novos governos federal e estadual. De acordo com ele, a eleição majoritária refletiu a vontade de mudança da população. “A classe empresarial espera agora especificamente, uma evolução em pontos travados na nossa economia, como a reforma previdenciária, que é uma reforma doida, triste, mas necessária para estabilizar nossas contas. Quanto mais demorar para ser aprovada, mais amarga ela será”, diz.

Ele também destaca que é preciso avançar na reforma tributária e trabalhista. “Precisamos destravar a economia, complementar a reforma trabalhista. O Brasil hoje precisa se enquadrar em um patamar de competitividade mundial. Não podemos ficar com esse protecionismo, com esse mundo totalmente diferente. As empresas só têm a perder, e as empresas perdendo, toda a classe laboral perde”.

Principais bandeiras da Acibr
Halisson revela que as principais bandeiras da Acibr em 2019 serão a cobrança pelo início da construção da barragem e a conclusão da duplicação da rodovia Antônio Heil.

“A gente acredita que o governo do estado vai evoluir muito. Precisamos que seja finalizada essa obra da Antônio Heil. Ela não pode parar e isso nós vamos cobrar. A terceira subestação da Celesc que vai ser implantada no bairro São Pedro, a gente espera que evolua. Já estamos nos preparando para ir até Florianópolis pedir a conclusão mais rápida da obra porque está travando o desenvolvimento das nossas empresas, que querem aumentar a sua capacidade elétrica e não podem por falta de energia”, diz.

“Vamos continuar em cima da barragem de Botuverá, que traz não apenas benefício econômico, mas para toda a sociedade, estamos falando de risco de vida, de prejuízo econômico a cada evento dessa, então precisamos trabalhar em cima disso para deslanchar”, completa.

O presidente da Acibr também elenca a segurança pública como bandeira da entidade para 2019.

“O governo Moisés já deu sinais claros de que vai atuar forte neste segmento. Esperamos que consiga dar condições necessárias, mais efetivo para nossa região. Também precisamos de alteração na legislação penal a nível federal e acabar com esse prende e solta que desmotiva a polícia e a população não vê solução”.

Halisson destaca ainda que a entidade vai continuar fazendo comitivas para defender os interesses da classe empresarial da região. “Essa é a função da associação e assim vamos continuar trabalhando”.

Prioridade do governo municipal
Halisson diz que é difícil definir apenas uma prioridade para o governo municipal de Brusque, já que em sua visão, a cidade precisa de muitas coisas.

“Muito se fala na questão da mobilidade, o prolongamento da avenida Beira Rio, a questão do tratamento de esgoto. Brusque tem que evoluir muito no tratamento de efluentes, isso está impactando nossa cidade e tem de ser resolvido com urgência”.

O presidente da Acibr diz que é preciso trabalhar com inteligência, já que o espaço físico da cidade é reduzido. “Precisamos entender que não tem como atrair nenhuma grande empresa porque o espaço é limitado. Temos que trabalhar com outros focos. Espero que a questão da tecnologia se desenvolva”.

O empresário também acredita que é preciso desenvolver o turismo da região em conjunto.

“Temos muito potencial para desenvolver, mas temos que ter um pensamento amplo, não podemos pensar só em Brusque, mas em região. Pensando como região consegue atrair o turismo que não pode parar na FIP e no Stop Shop, ele tem que chegar para dentro de Brusque. Temos um campo muito grande para explorar. Precisamos investir nisso”.

Falta de representatividade
Questionado sobre o que faltou para que a região pudesse eleger um candidato nas últimas eleições, o empresário diz que faltou humildade para os partidos políticos e candidatos.

“Já vinha sendo conversado sobre a grande quantidade de candidatos, que não seria benéfico para ninguém, Nós como entidade precisamos de um representante e esperamos que os partidos tenham aprendido a lição e consigam evoluir para no futuro trabalhar menos candidaturas”.

Halisson diz que é preciso concentrar os votos e trabalhar a região. “Temos que trabalhar como região. Não é Brusque. É Brusque, Guabiruba e Botuverá para pelo menos ter a chance de eleger um representante estadual. Se não vamos ficar novamente sem representação. Espero que os políticos tenham essa noção das necessidades da região e não pensem somente em si próprios”.

Avaliação do governo Jonas
O presidente da Acibr reconhece que não é fácil ser prefeito de qualquer cidade, principalmente com a situação da crítica da economia e o comprometimento das receitas.

Para ele, o principal problema das prefeituras em geral está no comprometimento da folha de pagamento. “Mais de 50% está comprometido. Arrecada-se para pagar salário. Se arrecada 50% para pagamento de folha, mais as destinações obrigatórias por lei, o que sobra para investir na nossa cidade e em outras áreas? Não sobra nada”.

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Halisson diz que hoje não se vê grandes obras devido a esse problema.

“É um problema nacional, todos sabemos. Os políticos precisam encontrar uma forma para solucionar isso, o que defendemos é um estado enxuto. Essa questão de aposentadoria integral dos servidores, entendemos que é prejudicial para o país. Temos que evoluir, acabar com esse protecionismo típico de América Latina e entender que não está protegendo, pelo contrário, está prejudicando”, diz.

“Vemos sinais claros no nosso governo municipal nesse sentido. Estamos colaborando quando somos chamados na prefeitura e sabemos dos desafios que eles têm. Precisamos que essa evolução continue”, avalia.