Polêmico, Roberto Bolognini, o Betinho, diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) afirma que o troca-troca no comando da autarquia foi determinante para que a situação do abastecimento de água chegasse ao cenário atual, com problemas em Dom Joaquim.

Betinho afirma que o futuro está no projeto de Cristalina e diz que serão feitos outros projetos em prazo menor para minimizar o problema no abastecimento em Brusque.

CPI do Samae
“Foram muitas denúncias infundadas e muita especulação. Prefiro falar de coisas importantes. Gastei bom tempo me defendendo, mas não quero prejudicar a minha defesa”.

Cristalina
“O futuro está no projeto de Cristalina, que já foi apresentado à Câmara e ao prefeito. Isso é uma promessa de campanha do prefeito, e quando vim para o Samae o que ele me pediu foi honrar o que ele disse na campanha.

O projeto vem sendo estudado há muito tempo. Eu já fiz estudos básicos em outras administrações quando passei por aqui.

Agora, vamos fazer a licitação para o projeto executivo. A obra está prevista para 2021 no nosso Plano Plurianual. O que posso dizer é que vamos trabalhar focados no projeto, para que possamos antecipar esse tempo.

Não existe mais dinheiro a fundo perdido e um empréstimo é muito caro. Faremos o projeto e implantação com recurso próprio do Samae.

Como não temos o montante para o projeto todo, dividimos em dois módulos. O nosso projeto final é de 400 litros por segundo de produção de água. A primeira etapa será entregue em 2021.

Ela vai nos dar uma projeção de abastecimento até 2028. Quando terminarmos o primeiro módulo, nós já iniciamos o segundo e teremos projeção para 33 anos, chegando a 2050, muito além do usual nestes projetos.

Saímos de uma água bruta com qualidade inferior, que é essa do Centro. Lá é uma água quase sem despejos, porque sabemos que Brusque não tem tratamento de esgoto.

Com Cristalina, vamos abastecer as áreas deficitárias primeiro: Dom Joaquim, Thomaz Coelho, Cedrinho e toda aquela região”.

Outros projetos
“Futuramente, em 2020 ou 2021, a nossa intenção é promover uma mudança radical na estação do Centro. Ela foi muito remendada o que trouxe prejuízo. Sabemos que é possível melhorar o rendimento com relação ao custo com energia.

Eu também estou delineando um projeto para a captação do Guarani, que é muito vulnerável. Também temos aquela barragem de nível, que prejudica a continuidade da Beira Rio.

Minha intenção é remover essa captação e implantar um sistema novo, sem a barragem. No momento, precisamos dessa barragem, construída há mais de 40 anos.

Sofri uma denúncia como se eu tivesse feito a barragem. O que nós fizemos ali é a reconstrução da barragem a cada chuva intensa, que o rio aumenta muito e a correnteza carreia as pedras.

Além disso, estamos com um projeto praticamente pronto de uma nova subestação, aqui no pátio, exigência da Celesc. Também vamos mudar o software de emissão de faturas para ser mais enxuto, eficiente e menos oneroso já em 2018.

Vamos rever neste ano todo o sistema de licitações. Também temos o projeto de um almoxarifado novo.

Também vamos voltar a trabalhar no projeto de proteção dos medidores. O projeto, de minha autoria, não foi colocado em prática.

Pretendo voltar com os treinamentos para o controle de perdas, com uma consultoria. Vamos trabalhar intensamente, o momento requer esse tipo de situação porque estamos com problema no abastecimento de algumas regiões.

Também está no nosso Plano Plurianual uma grande reservatório em Águas Claras. Provavelmente vamos ganhar o terreno por doação. Na área do Bruschal também está previso um grande reservatório.

Saneamento básico
“O Samae lida com água e esgoto, mas no momento, por conta de decreto, a responsabilidade é da prefeitura. O saneamento se compõe de quatro elementos: lixo sólido, drenagem urbana, esgoto doméstico e abastecimento de água.

Como está com a prefeitura, nos dá tranquilidade para trabalhar em Cristalina. Depois a prefeitura vai passar para nós o esgoto. O plano já está com o prefeito”.

Futuro
“Sou um profissional, estou sempre procurando me atualizar, tenho grande experiência e estou dando o melhor de mim. Com essa experiência, penso que seria interessante para o Samae dar continuidade, até porque estou em vários projetos que não aconteceram antes por conta de pseudo-administradores que passaram aqui.

Agora, o Samae tem um profissional competente e comprometido com a comunidade. Acho que seria bom para todos a continuidade de bons profissionais”.

2017
“Sempre digo que passamos por um momento difícil no Samae por conta de uma migração muito forte. A população não cresceu, ela inchou muito acima da taxa do IBGE.

Isso gera uma demanda muito forte por água. E o Samae não acompanhou essa demanda com a produção de água.

Outro fato que prejudicou foram as várias trocas de comando de prefeito e de diretor-presidente do Samae. Atravessamos um momento político e econômico difícil no país e isso afetou o Samae.

Continuamos sendo uma empresa de engenharia que trabalha com saneamento básico. Estamos conseguindo atender a população, mas com muito esforço e trabalho, porque faz muito tempo que não se produziu água de novas fontes.

Implementamos melhorias, e por conta das mudanças, isso prejudicou a empresa. O problema não é a falta de água, é a falta de gestão. O que estamos fazendo no momento é gestão.