Pré-candidato a deputado estadual, o presidente da Câmara de Vereadores, Jean Pirola (PP), diz que 2018 promete ser “corrido”.
Pirola fala sobre o acordo de bastidores feito em 2017 que o elegeu ao cargo. Teoricamente, Celso Emydio da Silva assumiria a presidência neste segundo ano, mas não há nada certo ainda.
Inicialmente integrante da oposição e hoje fora dela, Pirola diz que está dando um voto de confiança ao governo.
Avaliação da prefeitura
“Os projetos que vieram da prefeitura foram aprovados. A gente sabe que o Executivo está fazendo um esforço muito grande para que a cidade volte a crescer.
Sabemos da dificuldade da saúde, dos remédios. Nessas trocas, não foi feita a aquisição dos medicamentos nos prazos hábeis. O orçamento com que tiveram que trabalhar foi o da gestão anterior.
Não que a gestão anterior tenha feito errado, mas ela deixou um orçamento para essa administração tocar. Votamos as suplementações aqui na Câmara para dar uma alinhada. Vemos que a administração atual está colocando a casa nos trilhos e entregou obras importantes, como a Beira Rio e as UBS do São Pedro e do Rio Branco”.
Principais projetos
“Temos o projeto sobre a diminuição de vereadores para este ano, que está nas comissões, não tenho como saber o resultado, até porque não conversamos com os vereadores.
Também tem o projeto dos taxistas. Sabemos também, conversando com o Executivo, que teremos discussão sobre o Plano de Cargos e Salários. A prefeitura está fazendo uma movimentação muito grande com relação a essa situação, visto que o gasto com a folha está atingindo 53%, já passou o prudencial.
Teremos a reforma administrativa, prometida em 2017, mas que parece que em 2018 vai sair. Tem tudo para ser um ano bastante corrido na Câmara”.
Eleições
“É um ano eleitoral e alguns vereadores já são pré-candidatos a deputado e estarão em campanha.
Nós, como instituição, assim como já conversamos com as lideranças partidárias, vamos buscar o voto útil. Ou seja, a conscientização da nossa região para que votem em candidatos daqui.
Talvez esse seja um dos pontos mais importantes a serem debatidos em 2018, porque, infelizmente, a região dos vales do Itajaí-Mirim e do Rio Tijucas, sem contar Blumenau, tem só dois deputados: o Leonel Pavan, que agora é secretário de Turismo, e Serafim Venzon.
É uma brincadeira que fazemos, mas é sério: se a barragem de Botuverá fosse em Criciúma, estaríamos andando de caiaque nela. Ela estaria pronta, com sete deputados estaduais e dois federais”.
Presidência
“Temos um acordo com o DEM, estamos conversando porque, quando fizemos o acordo no início do ano, era uma situação em que ninguém era candidato a nada. Hoje, vemos que boa parte dos que fizeram o acordo são pré-candidatos.
Isso modificou a questão. Tínhamos um grupo de nove vereadores, não temos mais. O PP não faz mais parte do bloco de oposição.
O PP hoje não é da base do governo, mas ajuda e apoia o governo. Não temos secretários, diretores nem cargos. Mas acreditamos que a administração possa fazer um bom trabalho, por isso estamos dando um crédito para que a administração possa trabalhar.
Os acordos em momento algum foram quebrados. Mas não podemos dizer se será mantido dessa forma”.
Candidatura
“O Partido Progressista de Florianópolis mapeou 22 candidatos em nível estadual e eu fui o mapeado da região do Vale do Itajaí e Vale do Rio Tijucas. O PP me escolheu por eu estar na presidência da Câmara que, queira ou não, dá uma grande visibilidade a um pré-candidato.
Sentimo-nos muito bem preparados para um trabalho no Legislativo estadual, assim como já fizemos aqui na Câmara. Viemos conversando com as lideranças do partido e todas estão nesse pensamento do voto útil”.
Novo prédio
“A Câmara tem um projeto com o Ministério Público e com o Judiciário para fazer uma reforma geral do nosso prédio. Consiste em o MP construir um prédio novo para a Câmara e outro para eles, e usarmos o auditório de forma conjunta, para que seja feito o Tribunal do Júri.
A gente sabe que o júri em Brusque é na sexta-feira de manhã, então não atrapalha na funcionalidade da Câmara, nas terças e quintas. Estamos estudando e essa conversa já está bem adiantada. Esperamos que possa funcionar”.
2017
“Tivemos, 43 reuniões na Câmara em 2017, somando sessões ordinárias, extraordinárias, audiências públicas e sessões solenes. Foram apresentadas mais de 570 indicações pelos vereadores, 170 requerimentos, 400 moções, três resoluções administrativas, 47 portarias e 175 pedidos de informações.
Já com relação aos projetos, foram mais de 75 de lei ordinária, mais de 13 de lei complementar, nove projetos de decretos da própria Câmara, três emendas à lei orgânica, 22 projetos de resolução. E nós recebemos ou encaminhamos mais de 1,5 mil correspondências.
Em 2017, tivemos dois projetos de lei que movimentaram bastante o legislativo e as bases. O primeiro foi o projeto de lei que proibia o vereador de se licenciar para assumir cargo na prefeitura. Eu esperava outro resultado, achava que os vereadores votariam favoráveis ao projeto.
No meu ponto de vista, deixamos de exercer um direito e uma obrigação da casa legislativa, porque a comunidade estava cobrando isso.
Mas também fiquei contente e feliz na questão do nepotismo cruzado. Acho que a Câmara deu um passo muito importante na democracia, respeitando o interesse não só dos vereadores, mas da sociedade que esteve presente”.