Durante os meses de outubro e novembro de 2023, uma significativa quantidade de chuvas tem impactado extensas áreas do Sul do Brasil, com foco particular na região de Brusque, especialmente nas cabeceiras do rio Itajaí-Mirim, em Vidal Ramos.
Essas intensas precipitações resultaram em seis cheias. Sendo a mais impactante registrada em 17 de novembro, quando uma enchente de grandes proporções varreu todo o curso do rio, acarretando sérios danos às cidades situadas às suas margens.
Embora o nível já tenha retornado à normalidade, as consequências perduram. Indagações sobre os processos erosivos emergem.
Erosão e suas causas
Num esclarecedor diálogo com o engenheiro civil Lourival Luciano Lorenz, profissional versátil que transita com maestria entre as atribuições de engenheiro civil e de segurança do trabalho, acumulando vasta experiência como bombeiro, e atualmente desempenhando também a função de socorrista, depreendemos uma análise meticulosa.
Lorenz, estudioso dedicado da Bacia do rio Itajaí-Açu, que engloba o Itajaí-Mirim, destaca-se por acompanhar de perto a evolução dos eventos climáticos na região.
O engenheiro explica que, embora as chuvas sejam fenômenos naturais e cíclicos, as erosões estão intrinsecamente ligadas ao comportamento humano nas margens do rio.
Em primeiro lugar, o especialista ressalta que a erosão ocorre de forma óbvia devido aos consideráveis volumes de água que precisam percorrer o leito do rio.
E sempre que essa corrente encontra curvas no percurso, a pressão resultante provoca a erosão das margens. Especialmente em pontos onde o solo é arenoso e apresenta baixa resistência.
Intervenção humana na erosão
Lourival ressalta que a intervenção humana contribui para esses processos erosivos. Isso, ao alterar cursos d’água, modificar leitos fluviais e aterrar áreas naturalmente ocupadas pela água durante as cheias.
Ele destaca que qualquer alteração no leito de um rio causa impactos tanto a montante quanto a jusante do ponto modificado.
Exemplificando, a mudança desse traçado pode aumentar consideravelmente a velocidade da água, intensificando os processos erosivos a jusante.
Além disso, o aterramento de áreas naturalmente sujeitas a alagamentos pode elevar rapidamente o nível do rio montante, ou seja, na direção contrária ao fluxo de água, alcançando patamares mais elevados, explica.
“Em Brusque, notamos que os antigos bolsões naturais de água, esculpidos ao longo de centenas e milhares de anos pela mãe natureza, desapareceram completamente devido a aterros”, explica.
“Em outras palavras, os locais onde as enchentes costumavam se expandir agora estão obstruídos, resultando em um aumento perigoso na correnteza do rio”, alerta Lourival.
“De maneira simplificada, é como se tivéssemos construído um canal que extravasa, enquanto ao mesmo tempo fechamos outros cinco, referindo-se aos canais naturais criados pela própria natureza. Esta é a perspectiva com a qual devemos examinar a situação”.
“Portanto, não podemos ignorar o progresso, mas as consequências desse avanço são evidentes. Sabemos que as enchentes não são novidade para Brusque, e infelizmente, novos eventos desse tipo certamente ocorrerão, com consequências cada vez mais impactantes”, conclui.
Vídeo e fotos após anúncios
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Após essa breve introdução, convidamos você a acompanhar uma galeria de imagens que revelam a erosão causada pelas enchentes do rio Itajaí-Mirim, oferecendo uma visão impactante e realista dos desafios enfrentados pela comunidade brusquense.
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Vídeo
Neste vídeo, Lourival apresenta de maneira concisa a amplificação das potenciais causas da erosão >>
Erosão em fotos
Encerramos este artigo apresentando uma seleção de imagens que evidenciam a erosão nas margens do Rio Itajaí-Mirim, concentrando-nos particularmente nas localidades de Cristalina e Rio Branco, em Brusque.
Reconhecemos, pois, que esses desbarrancamentos são uma realidade em todo o município; no entanto, neste momento, direcionamos nossa atenção especificamente a esses dois locais, que exemplificam de maneira impactante a situação observada em toda a região.
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