Um dos principais pontos do ecoturismo de Guabiruba, o Morro São José reúne diversas atividades. Seja para ir até o mirante para assistir o nascer e o pôr do sol, ou para despertar o lado aventureiro e realizar voos de parapente, o local é uma parada obrigatória para quem visita Guabiruba.

O morro também é conhecido pelo turismo religioso, com uma caminhada ecológica conhecida como “trilha das 40 curvas”. Em cada uma delas, há uma capelinha dedicada a um santo, com uma oração. Ao todo, são 42 capelinhas instaladas no percurso.

A trilha inicia no bairro Aymoré e pode ser realizada em aproximadamente uma hora de hiking. São cerca de 800 metros de caminhada, começando no pórtico da trilha, na rua Padroeiro São José, que leva ao oratório.

Conta-se que, para resolver o problema das chuvas de granizo e tempestades que destruíam as lavouras da região, o padre Mathias Engel apelou ao patrocínio do padroeiro dos trabalhadores, São José. Juntamente com alguns moradores da região, em 1962, o padre subiu até o topo do morro, onde ergueram uma cruz.

Entrada da trilha das 40 curvas é marcada pelo pórtico | Foto: Andrei Müller

No Natal do mesmo ano, o monumento foi substituído por uma cruz de concreto, que recebeu recentemente uma restauração e pode ser avistada de diversos pontos do município.

A Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí (Assepavi) organiza também trilhas noturnas pelo morro. Os passeios são feitos em grupo, com instrutores e, normalmente, iniciam de madrugada para chegar no cume a tempo no nascer do sol. Franciele Dietrich já participou de uma das expedições e conta que o grupo foi bem orientado sobre o que levar e como fazer a trilha no escuro, com lanternas e apoio dos guias.

“É uma trilha não muito leve, mas também não é difícil. Acho que dá pra fazer tranquilamente mesmo sem um guia”, afirma. Apesar de não ser sinalizada quanto ao percurso, a trilha é bastante marcada e Franciele diz que “não tem como se perder”, afinal, as capelinhas vão indicando o caminho a ser seguido.

Ela conta que, em cada uma das curvas, há uma capelinha para um santo, que são bastante procuradas por quem é devoto e vai ao trajeto pagar promessa. “A subida é íngreme e a trilha é um pouco estreita, tem muitas árvores, alguns pedregulhos que dá pra escorregar, mas nada que seja perigoso”, conta.

Trilha das 40 curvas pode ser feita sem o auxílio de guias. | Foto: Franciele Dietrich

Há algum tempo, ela e outros dois amigos decidiram fazer a trilha de bicicleta, mas, hoje, o acesso de bike está fechado. “Quando fomos, eu optei por descer da bicicleta e ir empurrando, pois achei perigoso, sem contar que fica bem mais escorregadio”, diz.

Além da caminhada pela trilha no Aymoré, também é possível subir o Morro São José de carro, pela estrada que inicia na rua Planície Alta, no bairro de mesmo nome. A entrada é também sinalizada por um pórtico. Esse caminho não leva ao oratório, mas a um atrativo que agrada os mais aventureiros: a pista de parapente.

Voo livre
É possível chegar até a pista de parapente de carro, pela estrada que leva até o ponto de decolagem. O morro tem 352 metros de altitude e um desnível de 311 metros. A decolagem é feita no sentido nordeste e pode ser realizada em dias em que o vento esteja favorável.

O instrutor de voo Marco Aurélio Osti explica que, para poder voar, precisa-se que o vento esteja favorável ao salto e desfavorável ao pouso, que é realizado num campo gramado em frente à igreja São Cristóvão, no Aymoré. “Quando se voa, geralmente se está a 30 km por hora. Se o vento estiver a 15 km/h, o pouso, com o vento favorável a ele, seria feito a 45 km/h. Impossível”, ri.

Osti realiza saltos de parapente há mais de vinte anos e, para ele, a sensação de voar ainda é difícil de explicar. “Não dá pra mensurar. O voo pode passar uma sensação de paz, de conexão com a natureza e, em poucos segundos, encher de adrenalina com as manobras radicais.”

Vista de Guabiruba dos voos de parapente realizados no Morro São José | Foto: Natália Huf

Para o voo de parapente, depois de estar com o equipamento de segurança firmemente preso ao corpo, é preciso apenas uma coisa: correr. É com a corrida do voador que a vela vai começar a ser inflada, enquanto o instrutor a direciona de acordo com o vento. Na pista do Morro São José, há pouco espaço para correr e, por isso, a corrida tem que ser intensa..

Os passeios de parapente realizados pelo instrutor duram de 15 a 30 minutos, mas, como ele mesmo diz, “duram tempo suficiente para que se tornem inesquecíveis”. E, de fato, são mais do que suficientes: afinal, a vista lá do alto não é uma que se tem todos os dias. Sobrevoar o cume do morro, passando por cima da cruz, com a visão da cidade lá embaixo é uma visão, no mínimo, deslumbrante.

A decolagem é feita no local pois é possível evitar o vento nordeste, que é o mais comum na região. A pista de decolagem é gerenciada pelo Clube de Parapente do Vale (CPV), que tem sede em Gaspar, que adquiriu a rampa há cerca de 20 anos. Segundo o presidente do clube, Luciano Bizzarri, a temporada de voo em Guabiruba ocorre de setembro a fevereiro, quando vento é mais favorável à decolagem. O clube possui instrutores capacitados para voo duplo e aulas de voo para pessoas de todas as idades, que podem ser agendadas através do site www.cpv.esp.br.

Serviço

Morro São José
Endereço: Rua Padroeiro São José, bairro Aymoré
Acesso: Público
Nível de dificuldade: Moderado; pode ser feita sem guia
Riscos: Caminhada íngreme
Sinalização: Não há


Você está lendo: Morro São José


– Introdução
– Minas Abandonadas
– Casa do Mel
– Carneiro Branco
– Mordida do Gigante
– Spitzkopf
– Mancha Branca
– Morro da Gueba
– Serra do Paulo Kohler
– Morro Santo Antônio
– Trilha Graff
– Cachoeira Zimmermann
– Cachoeira Vicentini
– Cachoeira da Pedra Lisa
– Cachoeira da Lorena
– Cachoeira do Jerônimo