A cuca é prato comum em Brusque desde a sua colonização. No entanto, desde o início da década de 1980, ganhou um impulso. O município passou a ser conhecido em outros locais do país pela produção do doce.
O brusquense Valdir Walendowsky, presidente da Santa Catarina Turismo S/A (Santur), conta que a criação da Festa Nacional do Marreco, a Fenarreco, ajudou a criar a imagem turística da cuca de Brusque, a partir de 1985.
“Esse foi um grande passo, trazendo a lembrança de toda a gastronomia alemã. A Fenarreco trouxe dentro do conceito da festa a preservação da tradição”, explica.
Apesar do carro-chefe da festa ser o marreco com repolho roxo, originalmente chamado de ente mit rotkohl, os doces também ganharam destaque. “Esse resgate das tradições agrega grande valor para Santa Catarina no turismo, especialmente por conta da gastronomia. As pessoas visitam nosso estado por duas razões: pela comida e pelo jeito do catarinense de ser”, diz.
Para ele, a originalidade das receitas mantidas pelas famílias e pelas panificadoras também é marcante na cidade. “É natural que haja evoluções, mas as receitas originais feitas dentro do que faziam antigamente é muito interessante. As pessoas que vêm de fora buscam essas experiências”.
Cópia fiel
A brusquense Renate Wegner Tronn, 77 anos, ex-proprietária da antiga Panificadora e Confeitaria Wegner, conta que a cuca foi uma das tantas receitas trazidas pelos imigrantes, assim como a chineca e o strudel.
Desde que os pais inauguraram o estabelecimento, os doces alemães sempre foram muito procurados. “As pessoas que vinham visitar a cidade sempre paravam na panificadora e elogiavam muito. Para os de fora, são receitas muito diferentes e saborosas”, diz.
Há cerca de dez anos, Renate teve a oportunidade de fazer um estágio na Alemanha por três meses. “Lá tive o contato com a tão famosa cuca alemã e tive a surpresa de serem feitas do mesmo estilo que fizemos. A receita feita por muitos é cópia fiel da Alemanha e que já foi propagada para muitas outras regiões do país também”.
Receita da massa
Renate afirma que é importante replicar a receita da maneira correta para que mantenha sempre a originalidade, especialmente da massa.
- 300g de trigo
- 60g de açúcar
- 30g de fermento de pão
- 20g de banha
- 20g de margarina
- 2 ovos
- 200g de leite (até a massa ficar elástica e mole)
Preparo
Bater na batedeira ou amassar na mão. A massa precisa ficar lisinha. Após, untar uma forma redonda e despejar a massa até metade e deixar descansar para crescer.
“Nesse momento não se coloca o recheio, pois ele pesa a massa e ela não crescerá. Depois de crescer, coloca o recheio, mas não até a borda, pois no forno ela vai crescer mais”, detalha Renate.
O recheio fica a gosto. Segundo Renate, ele pode ser feito com cremes de frutas e acrescentar geleias para deixar ainda mais enriquecido.